Em um movimento de ajuste de posições após a euforia registrada na terça-feira, 2, e na manhã desta quarta-feira, 3, quando o dólar chegou a bater mínima aos R$ 3,8230 – menor valor desde 9 de agosto – o mercado pisou no freio durante a tarde e amenizou a queda. O dólar renovou sucessivas máximas no período vespertino e fechou cotado a R$ 3,8800, uma queda de 1,28% e o menor patamar desde 14 de agosto.
“O mercado está corrigindo a queda dos últimos dias. Depois da euforia, chega um ponto em que acaba atraindo um pouco mais de compra. A queda dos últimos dias foi exagerada, agora há uma correção”, aponta o operador de câmbio da Spinelli, José Carlos Amado.
Com isso, o Brasil se aproximou mais do movimento internacional. Lá fora o dólar operava valorizado em relação à maior parte dos emergentes após dados mais fortes da economia americana reforçarem uma percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode ter que elevar os juros de forma mais rápida do que o inicialmente sinalizado. Entre os pares brasileiros na América Latina, a exceção a esse movimento é a Argentina. O dólar caía 0,84% frente ao peso argentino nesta tarde.
Para os operadores consultados pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o movimento externo influenciou na perda de fôlego e para amenizar a euforia desta tarde, mas nessa semana e, possivelmente, até o resultado das eleições, o que ditará o ritmo do mercado será o cenário político. “Quando olhamos no longo prazo, quase a totalidade do movimento do real costuma ser explicada pelo cenário internacional. Só um noticiário interno muito forte para dominar o mercado. Mas, dessa vez, os ativos refletem em cheio as eleições. Esta semana estamos operando puramente em função eleitoral”, pontua o economista-chefe da Guide Investimentos, Victor Candido.
Para o economista, uma eventual vitória de Bolsonaro poderia levar o dólar para próximo dos R$ 3,50. No mercado futuro, o dólar era negociado a R$ 3,886 às 17h19.