A sessão desta quinta-feira, 30, foi marcada pela alta acentuada do dólar. Mesmo depois de encerrada a disputa pela formação de preço da Ptax de novembro, que fechou o mês cotada a R$ 3,2616 (+1,49%), as pressões sobre a moeda americana não cessaram. Na verdade, até aumentaram. Por volta das 15h30, o dólar à vista atingiu o patamar mais elevado intraday, a R$ 3,2890 (+1,59%), enquanto o dólar negociado para janeiro de 2018 – agora, o contrato mais líquido do pregão – alcançou R$ 3,2980 (+1,26%).
Esse repique da moeda veio depois que o PSDB declarou que só vai se pronunciar formalmente sobre a reforma da Previdência na próxima quarta-feira. “A sensação é de que a ficha dos investidores sobre a menor probabilidade de aprovação da reforma da Previdência só caiu nesta tarde”, afirma Bruno Foresti, gerente de câmbio da Ourinvest. “Mesmo se a primeira votação ocorrer em dezembro, a pauta só será apreciada pela segunda Casa em fevereiro, depois do recesso parlamentar”, diz. Por isso, os investidores decidiram tomar posições mais defensivas, vendendo ações e comprando dólares. A demanda pela divisa foi tão grande que o contrato para janeiro chegou a entrar em leilão por forte oscilação.
Mas, depois de terem atingido as máximas, a divisa desacelerou o passo e o dólar à vista fechou com alta de 1,00%, a R$ 3,2701. Esta foi a maior variação porcentual desde o dia 3 de novembro. No entanto, no acumulado do mês, a moeda americana fechou praticamente estável, com queda de 0,05%. O giro da sessão de quarta-feira foi de US$ 2,213 bilhões.
Segundo um operador que preferiu não se identificar, o imbróglio político em torno da questão da Previdência também tem tirado o apetite de estrangeiros pelo mercado brasileiro. “A saída de dólares tem aumentado nos últimos dias, na medida em que a votação da PEC da Previdência se torna cada vez mais remota”, diz.