Economistas avaliaram os vários indicadores divulgados pela China mais cedo. Os números vieram acima da expectativa dos analistas, o que gerou reações moderadamente positivas, porém ainda com certa cautela entre os economistas sobre o quadro futuro no país.
A produção industrial da China avançou 6,3% em agosto na comparação com igual período de 2015, acima da previsão de +6,2% dos analistas. As vendas no varejo tiveram crescimento de 10,6% no mês passado na comparação anual e superaram a expectativa de +10,1%, e os investimentos em ativos fixos urbanos subiram 8,1% entre janeiro e agosto na comparação anual, ante previsão de +7,9%. A China atraiu ainda US$ 8,76 bilhões em investimento estrangeiro direto em agosto, alta de 5,7% no ano.
Na avaliação de Louis Kuijs, da Oxford Economics, o investimento deve seguir sob pressão na China no restante do ano, diante da desaceleração no setor imobiliário e da capacidade ociosa em importantes setores. Por outro lado, Kuijs destacou que os lucros da indústria se recuperaram recentemente e o investimento avançou em agosto, o que reduziu a pressão de baixa. O analista ainda acredita que as exportações chineas devem ganhar mais impulso e o consumo deve se manter em ritmo positivo. “No geral, ainda que mais estímulo seja necessário para atingir a meta de crescimento do PIB de pelo menos 6,5% do governo para este ano, a perspectiva melhorou um pouco após os indicadores de agosto”, afirmou Kuijs.
Segundo Louis Lam e David Qu, da ANZ Research, os dados de hoje sugerem que o risco de baixa do PIB no terceiro trimestre “foi significativamente reduzido”. Os analistas apontaram que a melhora na produção industrial é consistente com a reação do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria de agosto. Por outro lado, disseram que a divergência no desempenho do PMI das grandes empresas e das pequenas e médias segue uma preocupação.
Economista da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard afirmou que os dados melhores que os previstos geram mais expectativa de que os esforços dos formuladores da política do país para reverter a desaceleração no crescimento dos investimentos “estão registrando certo sucesso”. Para o analista, os números mostraram que as preocupações recentes de que o relaxamento monetário no país não tinha conseguido dar um impulso digno de nota na economia “foram em certa medida prematuras”.
Já Liu Xuezhi, do Bank of Communication, disse que a China precisa apoiar uma estabilização econômica, com contínuo apoio fiscal. Para ele, os números de hoje mostram que houve “cerca estabilização” do crescimento econômico no mês passado, mas sem um ritmo forte. “Medidas como cortes de impostos e o aumento nos gastos do governo podem não apenas impulsionar o crescimento, mas também ajudar a reestruturar a economia ao impulsionar o consumo”, afirmou. Com informações da Dow Jones Newswires.