O mercado de cartões movimentou R$ 308 bilhões no terceiro trimestre, cifra 9% maior que a vista no mesmo intervalo do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Trata-se do maior crescimento trimestral desde o segundo trimestre de 2015, quando o setor apresentou expansão de 9,4%, também na comparação anual.
Do total das compras com cartões no terceiro trimestre, R$ 189 bilhões corresponderam à modalidade crédito, com alta de 7,6% ante um ano. A taxa de crescimento apresentada, de acordo com a Abecs, é quase o dobro da verificada um ano antes, de 4%. Já a cifra movimentada pelos cartões de débito seguiu crescendo num ritmo maior. Foram registrados R$ 120 bilhões de julho a setembro, conforme a entidade, incremento de 11%, ante um ano.
Somadas, as duas modalidades, crédito e débito, totalizaram 3,4 bilhões de transações no terceiro trimestre, aumento de 8,5% em relação ao mesmo período de 2016. A expansão foi de 5,1% e 11,5%, respectivamente. Os pagamentos por meio dos dois tipos de cartão representam 29% do consumo das famílias brasileiras.
Região
A utilização de cartões para o pagamento de compras segue mais forte na Região Sudeste, que detém 60,5% de todo o volume movimentado. Em contrapartida, o crescimento mais expressivo no período veio da Região Sul, com alta de 10,5%. Em seguida, estão Nordeste (8,3%), Norte (7,9%), Sudeste (7,7%) e Centro-Oeste (7,1%). A Abecs destaca, em nota à imprensa, o uso do cartão de débito no Nordeste, que subiu 14,6%, enquanto o maior crescimento do cartão de crédito ficou também no Sul, com 8,6%.
No caso do exterior, a utilização do cartão de crédito por brasileiros também ajudou a impulsionar o crescimento do setor, somando R$ 7,5 bilhões, alta de 26,7% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Já os gastos de estrangeiros no Brasil com cartões recuaram 18,6%, chegando a R$ 3 bilhões, na mesma base de comparação.
Rotativo
No que tange ao crédito rotativo, ou seja, o parcelamento do saldo devedor da fatura, o juro médio cobrado na modalidade caiu 57% desde a implementação das novas regras, em abril do ano passado, que limitam o uso da linha em até 30 dias. Com isso, a taxa passou de 466,4% ao ano (15,5% ao mês) em março para 201,1% ao ano (9,6% ao mês) em outubro.
A Abecs destaca ainda que, segundo dados do Banco Central, desde a implantação da regra, de março a outubro, o crédito movimentado pelo rotativo caiu de R$ 16,8 bilhões para R$ 13,3 bilhões, assim como o valor das faturas atrasadas há mais de 90 dias, de R$ 13,4 bilhões para R$ 12,7 bilhões. Por conta disso, o índice de inadimplência do cartão tem caído todos os meses, chegando a 6,8% em outubro, menor índice desde março de 2015.
Já o grupo de pessoas que costumam entrar no rotativo – que representa 5% do total de usuários de cartão – tem trocado essa linha de crédito pela modalidade de parcelamento, segundo a Abecs. Essa linha, cuja taxa média de juros é de 8,7% ao mês, cresceu em volume de R$ 11,3 bilhões para R$ 16,4 bilhões no mesmo período.
A Abecs espera que o setor de cartões apresente alta de 5,5% a 7,5% neste ano em relação a 2016, com desempenho mais próximo do teto deste intervalo.