Economia

Dólar recua com retomada do otimismo sobre aprovação da reforma da Previdência

Mais uma vez, as declarações acerca da votação da reforma da Previdência ditaram a trajetória do câmbio no mercado local. Quanto mais os parlamentares se mostravam otimistas com a aprovação da pauta ao longo do dia, mais o dólar recuava. Foi assim durante boa parte do pregão, e a divisa à vista acabou fechando com queda de 0,28%, na casa de R$ 3,2451. “Houve reversão completa do pessimismo que vimos na semana passada”, diz Bruno Foresti, operador do banco Ourinvest. “Resta saber se a euforia foi exagerada”, completa.

Foresti prevê que, entre quinta e sexta-feira, o mercado pode enfrentar nova dose de estresse, à espera da data da votação. “Se ela for postergada para o ano que vem, o dólar pode alcançar facilmente o patamar de R$ 3,30”, projeta. “Isso porque, em 2018, vamos virar a chave para as eleições.”

Mas não foram somente os arranjos políticos que ajudaram a puxar a cotação da divisa americana para baixo. Houve entrada de capital externo no mercado, segundo Durval Corrêa, operador da Multimoney. “Os investidores foram às compras com a bolsa mais barata”, afirma. Consequentemente, o giro do dólar à vista foi 34% maior do que o registrado no fechamento de sexta-feira, chegando a US$ 1,036 bilhão.

Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae, o leilão de 14 mil contratos de swap cambial (de US$ 700 milhões) e a alta de 4% do preço do minério também foram fatores importantes para o recuo do dólar no mercado doméstico. “Foi por isso que a divisa americana caiu por aqui, apesar da alta no cenário internacional”, afirma Spyer.

Lá fora, o Dollar Index – indicador que mede a força do dólar perante uma cesta de moedas “fortes” – oscilou durante todo o dia no campo positivo, em decorrência da aprovação da reforma tributária americana no sábado e da falta de acordo entre União Europeia e Reino Unido sobre o Brexit.

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