No apagar das luzes do pregão desta terça-feira, 5, o mau humor voltou a imperar no mercado de câmbio. Notícia de bastidor de que o governo não teria o número suficiente de votos para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara fez com que o dólar para janeiro reduzisse as perdas acumuladas ao longo da sessão. “Vínhamos com uma enorme expectativa de que a pauta fosse colocada para votação na semana que vem, o que levou o dólar a um patamar mais baixo. A incerteza fez com que a divisa atingisse rapidamente o zero a zero”, analisa Durval Correa, diretor da Multimoney, sobre o fato de a moeda americana ter passado a cair 0,02% ante a queda de 0,30% de minutos antes.
Até então, o mercado operava com certo otimismo com a possibilidade de o PMDB fechar questão a favor da pauta. Por isso, o dólar à vista – cujo pregão já estava fechado quando a notícia começou a circular nas mesas de operações – ficou em R$ 3,2358, com queda de 0,29%. “Se a cotação fica abaixo de R$ 3,24, é um indicativo de que o mercado está confiante com a aprovação da proposta, acima disso significa que o pessimismo impera”, afirma José Raimundo Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos.
O dólar à vista fechou em queda de 0,29%, a R$ 3,2358. Na máxima, atingiu R$ 3,2467 (+0,04%) e, na mínima, R$ 3,2203 (-0,76%).
Além do noticiário político, o Banco Central fez na sessão desta terça-feira duas intervenções no mercado. A primeira foi o leilão de 14 mil contratos de swaps cambiais que totalizaram US$ 700 milhões. Já a segunda entrada foi a realização de dois leilões de linha (venda de dólares com o compromisso de recompra) de até US$ 2,0 bilhões. O volume contratado pelo mercado só será conhecido no dia 13 deste mês. No caso do leilão A, com recompra em 2 de fevereiro de 2018, a taxa de corte ficou em R$ 3,252916, enquanto no B, com recompra em 3 de abril, a taxa ficou em R$ 3,272032. A venda da moeda pelo BC ocorreu pela Ptax da sessão desta terça-feira, de R$ 3,2322.