A votação da reforma da Previdência pode “eventualmente” acabar ficando para a última semana do ano legislativo – 18 e 22 de dezembro -, admitiu no fim da noite desta quarta-feira, 6, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP). Mesmo assim, ele buscou demonstrar confiança de que ainda é possível aprovar a proposta em primeiro e segundo turnos na Casa até o fim de 2017.
Mansur foi um dos participantes de jantar promovido pelo presidente Michel Temer com lideranças políticas no Palácio do Alvorada. No encontro, Temer pediu às bancadas que apresentem informações até o meio-dia desta quinta-feira, 7, ao líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para que ele faça o “fechamento” sobre os apoios à reforma, segundo Mansur.
“Alguns partidos trouxeram suas informações das bancadas (no jantar), e outros ainda estão conversando”, afirmou o parlamentar. “Com esse fechamento (de amanhã), o presidente (da Câmara) Rodrigo Maia vai ter condições de analisar se pauta já para a semana que vem ou não”, acrescentou.
O deputado ressaltou que o governo conta ainda com 15 dias corridos para votar a reforma e que, dentro desse período, o trabalho para virar os votos será intenso. A intenção é ter um número de votos “bem consolidado” para garantir a vitória, disse Mansur. O placar, segundo ele, já está chegando num número positivo para que o texto possa ser pautado. “Do dia 7 de dezembro até o dia 21, que é o último dia útil (da Câmara), teremos condição de votar primeiro e segundo turno”, afirmou.
Mansur reafirmou o placar de 260 votos a favor até agora, mas ressaltou que esse número contabiliza indicações feitas pelos partidos até ontem. Segundo ele, alguns partidos ainda ficaram de entregar seu placar. “Não fechei número hoje, tenho até mais”, disse. Para o deputado, é importante ter entre 315 e 320 votos garantidos para que a proposta possa ser levada ao plenário com segurança.
O vice-líder do governo disse que não há resistência de um ou outro partido especificamente, mas mencionou que o PP apresentou um placar mais favorável pela reforma. Em sua visão, o PSDB também deve dar um número de votos “previsível” mesmo que não feche questão, pois a reforma faz parte do programa do partido.
Para Mansur, não há risco caso a proposta fique de fato para a última semana do Legislativo. “Precisamos é procurar votar. O mercado nacional e internacional está aguardando a reforma da Previdência, e a gente deve fazê-la”, afirmou, ressaltando os indicadores positivos da economia.
O deputado também ressaltou que é muito importante a articulação que está sendo feita com prefeitos e governadores para ampliar o apoio à reforma. O Congresso Nacional aprovou nesta quarta medidas que representam benesses de R$ 30,2 bilhões, muitas delas contemplando Estados e municípios. “É importante dizer que articulação é fundamental para que prefeitos apoiem seus deputados”, afirmou Mansur.