O déficit da balança comercial de produtos químicos cresceu 21,5% no acumulado do ano até setembro no comparativo anual, atingindo US$ 21,6 bilhões, de acordo com dados preliminares da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Nos últimos 12 meses, o déficit já atingiu US$ 27,3 bilhões e as expectativas são de que o déficit acumulado deste ano chegue a US$ 28 bilhões, maior nível registrado desde 2014.
Em setembro, as importações de produtos químicos aumentaram 5,2% em relação ao reportado um ano antes, somando US$ 4 bilhões, com destaque para os intermediários para fertilizantes, cujas compras externas aumentaram 52,4%, totalizando US$ 879 milhões no mês. Já as exportações diminuíram 8,3% na mesma base de comparação, totalizando US$ 1,1 bilhão, com destaque para as resinas termoplásticas, com aumento de 11% nas vendas, para US$ 191 milhões.
No acumulado do ano, as importações de produtos químicos cresceram 13,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, somando US$ 31,6 bilhões, enquanto as vendas externas recuaram 0,9%, totalizando US$ 10 bilhões.
Em volume, as importações atingiram 31,5 milhões de toneladas no acumulado do ano. A performance é inferior apenas ao registro do mesmo período de 2017, de 32,9 milhões de toneladas – recorde para o acumulado entre janeiro e setembro de um mesmo ano, desde o início do acompanhamento das quantidades importadas em produtos químicos.
Em nota, a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, observa que a escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China, o delicado momento econômico enfrentado pela Argentina, principal mercado de destino das exportações brasileiras de produtos químicos a ainda instável retomada do crescimento nacional e a forte oscilação cambial serão variáveis determinantes para a balança comercial até o final do ano. Segundo Denise, o último trimestre de 2018 será particularmente desafiador.