Os juros futuros fecharam a sessão desta quinta-feira, 29, em alta, definida no período da tarde, diante do crescimento das preocupações com a situação do Deutsche Bank, que detonou um movimento de aversão ao risco, penalizando ativos de países emergentes. O gatilho para o aumento do estresse foi a informação de que fundos que compensam derivativos junto ao banco alemão estariam retirando parte do dinheiro em excesso e desmontando posições junto à instituição. A notícia pegou o mercado de juros bastante exposto ao risco, com sucessivas quedas de taxas nos últimos dias, o que favoreceu certa correção hoje.
Ao término da etapa regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) vencimento em janeiro de 2018 ficou em 12,20%, de 12,16% no ajuste de ontem, com 243.805 contratos. O DI janeiro de 2019 (305.205 contratos) fechou em 11,63%, de 11,58%. O DI janeiro de 2021 (274.155 contratos) subiu de 11,53% para 11,62%. E o DI janeiro de 2023 (111.130 contratos) terminou em 11,75%, de 11,67%.
Pela manhã, as taxas oscilaram entre a estabilidade e queda, em linha com o dólar e com o mercado ainda otimista sobre o ajuste fiscal, sobretudo com a perspectiva da aprovação da PEC do teto dos gastos no Congresso. Estimativas iniciais apontam que o governo terá entre 350 e 360 votos favoráveis. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que vários partidos já fecharam questão em apoiar a proposta, durante a premiação Estadão Empresas Mais, organizada pelo Estadão em conjunto com a Fundação Instituto de Administração (FIA). O ministro também disse que está muito confiante de que a reforma da Previdência será aprovada pelo Congresso.
À tarde, o nervosismo do mercado global contaminou os ativos locais, com os juros não somente invertendo o sinal para alta, mas renovando máximas. Na última hora de negócios, porém, desaceleraram o avanço. A pressão sobre as taxas futuras veio logo na sequência da divulgação do resultado do Tesouro Nacional em agosto, um pouco pior do que apontava a mediana das previsões, mas os players garantiram que a reação de alta foi mesmo em função do exterior. O governo central registrou um déficit primário de R$ 20,345 bilhões em agosto, o pior desempenho para o mês em toda a série histórica, que tem início em 1997. A mediana das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast apontava um déficit de R$ 19,050 bilhões.