A Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM) criticou a decisão anunciada nesta segunda-feira, 3, pelo BNDES, que retira qualquer tipo de apoio a investimentos em termelétricas a carvão e óleo combustível.
O presidente da ABCM, Luiz Fernando Zancan, está em Brasília justamente para tratar de medidas de apoio à renovação do parque instalado de usinas a carvão no País. “Não houve nenhuma discussão conosco sobre isso. Por conta da crise hídrica, o governo voltou a apostar nas térmicas. Agora, vem uma decisão dessas? O BNDES dá um sinal contrário ao que se busca e contraria a política de governo”, disse.
De acordo com a ABCM, foi apresentado ao governo um plano de renovação e atualização das usinas a carvão que estão em atividade. Hoje, o Brasil tem 13 usinas a carvão em operação, que somam 3.389 MW de potência, o equivalente a 2,4% de toda a potência elétrica do País.
Segundo Zancan, o plano prevê US$ 5 bilhões em investimentos, aumento de potência das usinas e, paralelamente, redução de 10% nas emissões de gases poluentes. “Nossa sensação é de que, com uma decisão dessas como a do BNDES, a verdade que é não haverá mais nada para o setor. Isso trava os projetos com licenças ambientais prontas. É uma discriminação de fontes”, comentou.
Se por um lado o BNDES cortou o financiamento aos projetos de usinas a carvão e óleo, por outro, ampliou os recursos para fontes renováveis, como energia solar. A diretoria de infraestrutura e sustentabilidade do BNDES passou a ser comandada por Marilene Ramos, que presidia o Ibama até o início de junho.