As novas condições de financiamento do BNDES para os projetos de transmissão de energia elétrica, a custo de mercado em vez de TJLP, vão aumentar o custo de implantação da infraestrutura no País, mas não devem alterar o apetite dos investidores para o próximo leilão de transmissão, marcado para 28 de outubro, avaliou nesta segunda-feira, 3, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), Mario Miranda.
“Essa divulgação de hoje já havia sido considerada na reunião da diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de terça-feira passada, em que mudou o custo médio ponderado de capital – WACC. A agência promoveu os ajustes considerando que a obtenção de dinheiro a custo de mercado”, disse. Na semana passada a autarquia aprovou a republicação do edital com uma elevação em 13,13% da Receita Anual Permitida (RAP) máxima.
Apesar de mudar a taxa do financiamento, o BNDES propôs um empréstimo com prazo mais longo para os projetos de transmissão, de 20 anos de amortização, no sistema Price, em vez de 14 anos, no sistema SAC.
Apesar de lamentar a perda do acesso a recurso mais barato, Miranda comentou que os empreendedores em transmissão já têm buscado acessar recursos por meio da emissão de debêntures de infraestrutura, alternativa que agora ganha maior estímulo do BNDES. O banco de fomento incluiu a possibilidade de subscrever até 50% do valor das debêntures a serem emitidas por empresas de energia tomadoras do crédito. De qualquer forma, o valor total do apoio do BNDES, incluindo o financiamento e as debêntures, não poderá ser superior a 80% do valor total dos itens financiáveis.