A greve dos bancários quase não afeta a gestão de liquidez dos bancos, afirmou o chefe de riscos (CRO, na sigla em inglês) do BTG Pactual, André Fernandes. “O impacto é mais no serviço quase cartorial que os bancos prestam. Se dá mais no que é feito essencialmente na rede física”, disse ele, durante debate no 6º Congresso Internacional de gestão de riscos, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre a terça-feira, 4, e esta quarta-feira, 5, em São Paulo.
A maioria das transações bancárias já ocorre, atualmente, via internet ou canais mobile, como celulares e tablets. Mitigam assim, o fechamento de parte das agências por conta da greve da categoria.
No ano passado, as transações bancárias por meio do mobile banking, que inclui celulares e tablets, cresceram 138% ante 2014, totalizando 11,2 bilhões de operações, segundo a Febraban. Conseguiu, com isso, ser o segundo canal mais usado, atrás apenas do internet banking. Em algumas instituições, conforme fontes, o mobile já galgou a liderança nos meios utilizados para transações bancárias.
Depois de a greve dos bancários atingir 30 dias, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) marcou nova rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários nesta quarta-feira, às 17 horas, em São Paulo.
Esta é a décima primeira rodada de negociação. A última, que foi rejeitada, aconteceu no dia 28 de setembro com a proposta de reajuste 7% e abono de R$ 3.500, com aumento real de 0,5% para 2017.
A greve dos bancários desse ano é a maior da história do sistema financeiro, com os bancos mais duros na negociação em um ano em que os lucros tendem a encolher pela primeira vez em décadas, como reflexo da crise que pesou nos calotes e engordou as provisões para devedores duvidosos.