Economia

Bolsas da Europa fecham em alta com Itália e recuperação, apesar de Merkel

As bolsas europeias fecharam em alta nesta segunda-feira, 29, apesar do anúncio da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de não concorrer mais ao atual cargo, em meio a um movimento de correção após uma nova rodada de perdas no pregão anterior, com o mercado italiano liderando ganhos após a última revisão de rating da S&P e o HSBC se destacando em Londres depois de anunciar resultados financeiros melhores do que o esperado.

A bolsa de Londres fechou em alta de 1,25%, Paris ganhou 0,44% e Frankfurt teve alta de 1,20%. A bolsa de Milão avançou 1,91%, Madri acelerou 1,04% e Lisboa teve acréscimo de 0,56%.

Na sexta-feira, a S&P reafirmou a nota de crédito da Itália em BBB, reduzindo a perspectiva de estável para negativa. Alguns analistas temiam um eventual rebaixamento do rating italiano, diante do impasse orçamentário de Roma com a União Europeia. Nas últimas semanas, a Itália vem desafiando a UE ao insistir em buscar um déficit fiscal equivalente a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, nível três vezes maior do que havia sido acertado com o governo anterior do país.

Em reação à S&P, os bancos italianos têm forte desempenho em Milão. O Banca Monte dei Paschi di Siena saltou 7,62% e o Banco BPM 5,01%.

Nem mesmo o anúncio de Merkel em não concorrer mais ao cargo atual foi capaz de minar o bom humor nas praças acionárias. Por outro lado, o euro ficou pressionado. Merkel anunciou que, ao fim do atual mandato, em 2021, não buscará a reeleição a chanceler federal ou ao Parlamento nem tampouco a qualquer outro cargo político.

A iniciativa de anunciar antecipadamente sua saída da vida política veio no dia seguinte a mais uma derrota eleitoral no plano regional sofrida pela União (CDU e CSU), desta vez no Estado de Hesse, apenas semanas após fracassar na Baviera. Embora Merkel persiga continuar no cargo até o fim de seu mandato, de acordo com a consultoria Eurasia, a chance de Merkel deixar o governo já no ano que vem é de 70%.

No mercado inglês, a ação do HSBC avançou 4,76% depois de ter fechado com valorização de 5% em Hong Kong, graças a lucros e receitas maiores do que o esperado no terceiro trimestre. O banco britânico, que tem foco na Ásia, lucrou US$ 3,9 bilhões entre julho e setembro, 32% mais do que em igual período do ano passado.

No fim dos negócios, os mercados monitoraram o anúncio do ministro de Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, de já ter alocado 2,2 bilhões de libras no Departamento para Sair da União Europeia (DExEU, na sigla em inglês) e prometeu mais 2 bilhões de libras para a pasta no biênio 2019/2020. “Continuaremos nos preparando para todas as possibilidades do Brexit”, garantiu.

Hammond anunciou também um imposto de 2% sobre receitas de serviços digitais que grandes companhias de tecnologia e plataformas de mídia social ganham provenientes dos usuários do Reino Unido, a partir de abril de 2020. O imposto deve levantar mais de 400 milhões de libras (US$ 513 milhões) por ano.(Com informações da Dow Jones Newswires)

Posso ajudar?