Economia

Com Copom dado, juro cai com perspectivas ruins

As taxas futuras de juras tiveram trajetória de baixa nesta quarta-feira, 16. Em meio à perspectiva quase unânime de que o Copom manterá a Selic em 11% hoje e aos dados do varejo ainda fracos, mas melhores do que a mediana das estimativas, os investidores se apegaram a comentários sobre possíveis números ruins do mercado de trabalho, a serem divulgados no âmbito do Caged nos próximos dias, e à expectativa de que as intenções de voto na presidente Dilma Rousseff mostrem queda nas pesquisas eleitorais. Além disso, ainda que em menor intensidade, os indicadores positivos da China trouxeram algum apetite por risco, aumentando a atuação dos estrangeiros na ponta mais longa da curva de juros.

Ao término da sessão regular, o contrato de DI para janeiro de 2015 (351.360 contratos) apontava taxa de 10,76%, de 10,77% no ajuste anterior. Nos trechos intermediário e longo da estrutura a termo da curva de juros, o DI para janeiro de 2016 (136.965 contratos) marcava 11,05%, de 11,10% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 (167.010 contratos) indicava 11,36%, de 11,41% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (35.745 contratos) mostrava taxa de 11,78%, ante 11,85% na véspera.

Pela manhã, o IBGE divulgou os números de maio do varejo, melhores do que as medianas encontradas pelo levantamento do AE Projeções. Em relatório, a Guide Investimento destacou que o número “pouco acima daquilo que o mercado esperava, de certa forma, mascara o quadro fraco da atividade brasileira”. Para a corretora, “influenciadas positivamente pela Copa do Mundo, as vendas de alguns setores – como o de móveis e eletrodomésticos – devem desacelerar nas próximas leituras”.

Também deve desacelerar o resultado do Caged de junho, pelo menos o mercado espera isso depois de ler reportagem nesta linha veiculada hoje pelo O Globo. O texto informava que o governo deve reduzir a meta de emprego formal neste ano diante da desaceleração na criação de vagas. Os dados do Caged devem sair nos próximos dias e a previsão colhida pelo AE Projeções apontava para um saldo de 40 mil a 110 mil contratações formais no mês passado.

Já os números do IBGE mostraram que as vendas do varejo subiram 0,5% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, acima da mediana de +0,10%. Na comparação com maio do ano passado, sem ajuste sazonal, o varejo cresceu 4,8% em maio deste ano, também acima da mediana projetada, de 3,80%. Apesar de melhores do que as medianas, os resultados mascaram a deficiência da atividade do País. Por essa razão, a leitura é de que o Copom enfatize que a Selic vai seguir como está.

Os juros ainda reagiram à expectativa de que as intenções de voto na presidente Dilma Rousseff mostrem queda nas pesquisas eleitorais. Sobre a China, destaque para a alta de 7,5% do PIB do segundo trimestre e avanço de 9,2% da produção industrial de junho, ambos acima das projeções.

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