Após abrir a sessão desta terça-feira, 30, em baixa, o dólar passa por ajustes ante o real em relação ao fechamento anterior, o que gera sinais mistos. As cotações já sofrem influências da disputa técnica entre comprados e vendidos em contratos cambiais e dos sinais mistos da moeda americana no exterior, em alta frente divisas principais e com perdas generalizadas mais cedo ante as divisas emergentes e ligadas a commodities.
Às 9h47 desta terça-feira, o dólar à vista subia R$ 3,7148, ante fechamento da segunda-feira (29) em R$ 3,7022, bem abaixo da taxa do dólar futuro de novembro, que encerrou a R$ 3,7180. O dólar futuro de novembro caía 0,04%, a R$ 3,7165.
Os investidores digerem medidas que podem vir a ser adotadas pelo futuro governo. Na primeira rodada de entrevistas após sua eleição, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse que quer colocar parte da reforma da Previdência em votação ainda este ano. E para reduzir o déficit primário, a equipe do futuro governo estaria estudando usar parte das reservas internacionais do País, o que permitiria ainda diminuir a despesa com juros da dívida.
Está no radar ainda o Senado, que tentará aprovar nesta terça-feira em regime de urgência, o projeto de lei da cessão onerosa. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que conseguiu recolher as 54 assinaturas necessárias para fazer passar o texto.
O mercado monitora ainda a reunião entre Bolsonaro e o economista de sua campanha, Paulo Guedes, para definição da equipe econômica do novo governo. Bolsonaro disse na segunda-feira que vai convidar o juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na agenda, há expectativas pelas ofertas de swap cambial para encerrar a rolagem de novembro (11h30) e uma operação compromissada do Banco Central (12h).
No exterior, o dólar sobe frente seus pares principais e oscila sem direção única ante divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior. No foco dos investidores estão declarações do presidente americano Donald Trump sobre comércio com China e Brasil, além de indicadores de atividade e de sentimento econômico da zona do euro abaixo do esperado.