O “default iminente” da Argentina, anunciado na quarta-feira, 30, em um comunicado pelo advogado Daniel Pollack, o mediador designado pelo juiz americano Thomas Griesa para as negociações entre o governo argentino e os fundos, contribui para a cautela dos investidores internacionais nesta manhã. No entanto, o impacto sobre os mercados deve ser limitado, segundo analistas.
“Os investidores estão esperando para ver quem vai salvar a Argentina, quem vai reestruturar a dívida para que o país possa voltar a ficar em pé”, afirmou Thina Saltvedt, analista do Nordea Bank. Contudo, um contágio da situação da Argentina para outros mercados deve ser limitado, segundo Steve Ellis, gerente de carteira da Fidelity Worldwide Investment. “A Argentina estava isolada dos mercados de capital internacionais há anos, então não esperamos que o default distorça os fluxos globais”, disse.
O economista da Capital Economics Neil Shearing também prevê que a reação dos mercados será pequena. “Os efeitos econômicos e financeiros não chegarão nem perto de ter a gravidade que tiveram depois do default de 2001”, afirmou. Shearing observou que esse default já era esperado e que, embora o balanço do país seja frágil, o ônus da dívida externa é bem menor do que era em 2001.
“É difícil avaliar a reação do mercado nesse momento, mas, apesar de nós esperarmos que os yields dos bônus subiam e as ações e o peso argentinos sejam pressionados nos próximos dias, muito do impacto pode já ter sido embutido nos preços”, acrescentou Shearing.