Após ter sido ameaçada pela estiagem do início do ano, dificilmente a safra de grãos deste ano perderá o título de recorde, avaliou o gerente da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mauro Andreazzi, nesta quinta-feira, 07. Segundo ele, trigo, arroz e principalmente a soja garantem o aumento na produção, a despeito dos problemas climáticos que afetaram lavouras no Sudeste.
De acordo com o IBGE, a produção deste ano deve ser de 193,2 milhões de toneladas, aumento de 2,6% em relação a 2013. Dos 14 produtos que compõem esse volume, 11 terão safra maior do que no ano passado, com destaque para a soja, que ganhou participação (44,9%). A produção deve ser de 86,639 milhões de toneladas, 6,0% a mais do que na última safra. Segundo Andreazzi, esse volume tende a se manter estável nos próximos levantamentos, uma vez que a soja já foi praticamente toda colhida.
O milho, apesar de ter tido aumento nas projeções de rendimento médio para a segunda safra, ainda mostra perdas em relação ao ano passado. O milho de 2ª safra concentrará o maior volume (46,1 milhões de toneladas), mas será 0,7% menor do que em 2013. Já o milho 1ª safra segue perdendo espaço para a soja e resultará em produção de 30,9 milhões de toneladas, queda de 9,6% em relação ao ano passado.
No caso do algodão herbáceo, apesar de uma redução de 0,9% nas estimativas entre junho e julho, o volume de 4,3 milhões de toneladas ainda deve ser 25,4% maior do que em 2013. “A estimativa menor ocorre porque houve ajuste em termos de área. Teve área que não foi plantada”, justificou Andreazzi.
A produção de feijão indica aumentos na 1ª safra (42,7%) e na 2ª safra (7,9%). No caso da primeira, a recuperação do Nordeste após problemas de estiagem é o que impulsiona a safra. Mas a queda de preços do feijão a partir de abril não favoreceu o plantio da 3ª safra, que deve ser 12,2% menor do que no ano passado.
O sorgo também deve apresentar redução na safra ante 2013, de 9,8%, para 1,869 milhão de toneladas. De acordo com o IBGE, o clima seco tem prejudicado a produção e derrubado o rendimento em grandes Estados produtores, como Goiás e Mato Grosso.
Também devem ter crescimento na produção ante o ano passado o arroz (+4,4%), a aveia (+6,8%), o centeio (+23,9%), a cevada (+6,4%), o girassol (+59,6%), a mamona (+176,5%), o trigo (+37,3%) e o triticale (+3,0%). No sentido contrário, terão perdas amendoim 1ª safra (-19,3%) e amendoim 2ª safra (-16,9%).