O índice de atividade dos gerente de compra (PMI, na sigla em inglês) da indústria brasileira subiu levemente para 46,9 pontos em fevereiro, de 44,0 pontos em janeiro, informou a Markit nesta quinta-feira, 2. Apesar da alta no mês, o indicador permanece em contração, já que ainda está abaixo do patamar neutro de 50 pontos, aponta a instituição.
O avanço no PMI em fevereiro foi possível por reduções mais brandas nos volumes de novos pedidos, de produção e no nível de empregos.
Apesar de mais tênue, a queda de novos pedidos ainda foi sólida respondendo à demanda fraca na economia brasileira e também ao volume de encomendas menor no exterior. Na produção, pela primeira vez em dois anos, houve crescimento na categoria de bens de capital, embora o volume de bens de consumo e intermediários mantenha-se em declínio.
As necessidades mais baixas na produção e às dificuldades de fluxo de caixa refletiram-se na redução do pessoal ocupado no setor industrial pelo 24º mês consecutivo. A Markit ainda disse que as preocupações com a ausência de capital de giro também levaram as empresaram a reduzirem os níveis de compra em fevereiro. Dessa forma, os estoques de insumos e de produtos acabados continuaram a cair.
O custo dos insumos, no entanto, ficou mais caro, com alta dos preços de metais, produtos químicos e têxteis, plásticos, papel e combustíveis. Por isso, os produtos vendidos pela indústria brasileira também encareceram, com a inflação atingindo um recorde de alta em 8 meses.
Em relação às expectativas, 73% dos entrevistados preveem aumento do volume de produção durante o próximo ano, com expectativas de uma recuperação econômica. Esse foi o nível mais alto de otimismo em quase cinco anos, ressalta a Markit.
“Quanto à perspectiva de negócios, os dados ainda indicam tempos difíceis à frente, com a IHS Markit esperando que a economia brasileira se estabilize em 2017, após uma recessão prolongada e profunda, retomando o crescimento em 2018”, comenta em nota a economista da Markit Pollyanna De Lima.