A produção industrial recuou em 12 dos 24 ramos pesquisados na passagem de dezembro de 2016 para janeiro de 2017, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Há equilíbrio de taxas positivas e negativas”, resumiu André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
O destaque negativo foi o recuo de 10,7% da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que interrompeu dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou um ganho de 18,7%. Outras contribuições relevantes foram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,5%), máquinas e equipamentos (-4,9%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,0%) e produtos de borracha e de material plástico (-3,8%).
Na direção oposta, os desempenhos positivos de maior importância para a média global foram registrados por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (21,6%). O setor de derivados de petróleo eliminou parte da queda de 5,6% acumulada nos dois últimos meses de 2016, enquanto o farmacêutico recuperou a perda de 19,4% verificada entre setembro e dezembro do ano passado.
Outros destaques positivos sobre o total nacional foram de produtos alimentícios (1,2%), bebidas (5,5%), indústrias extrativas (1,1%), metalurgia (1,8%), produtos de minerais não-metálicos (2,6%), celulose, papel e produtos de papel (2,3%) e outros equipamentos de transporte (6,4%).
Índice de difusão
A indústria brasileira aumentou a produção em janeiro de 52,8% dos 805 itens investigados na Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo IBGE. Em dezembro, o índice de difusão tinha sido de 54,8%.
O avanço na produção de mais da metade dos itens investigados por dois meses consecutivos não ocorria havia 33 meses, notou André Macedo. “A gente já não via isso há muito tempo. É um sinal pequeno, mas combinado a outros fatores é um sinal de incremento nessa produção industrial”, avaliou.
Bens de capital
Apesar dos sinais de melhora na produção industrial brasileira, como o avanço da média móvel trimestral de 0,5% em dezembro de 2016 para 0,9% em janeiro de 2017, a produção ainda opera em patamares muito reduzidos em todas as categorias de uso, segundo o IBGE.
Após a queda de 4,1% em janeiro ante dezembro, a fabricação de bens de capital no País está 47% abaixo do pico alcançado em setembro de 2013. “Esse resultado pega a parte de bens de capital que tem relação a investimento no setor industrial, bens de capital voltados para o setor agrícola, e voltados para a área de construção. São três grupos grandes com comportamento negativo para esse resultado neste mês. A produção de caminhão também cai”, enumerou Macedo.
Outra categoria fortemente impactada pela crise no setor industrial foi a de bens de consumo duráveis, cuja produção opera 38,5% abaixo do ápice atingido em junho de 2013. A fabricação de bens intermediários roda 16% inferior ao pico alcançado em maio de 2011, enquanto a produção de bens semi e não duráveis está 10,9% abaixo do auge visto em junho de 2013.