O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deve se aproximar de zero, prevê a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em nota, a entidade lembrou que a expectativa era por uma taxa de crescimento entre 0,5% e 1,0%, mas após os números do segundo trimestre, divulgado nesta sexta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a federação agora trabalha com uma faixa de 0% a 0,5%. “Entre os setores analisados, o que mais preocupa na comparação do segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado é o crescimento de apenas 0,2% do setor de serviços, que era o sustentáculo do atual modelo econômico”, explicou a FecomercioSP.
A federação acrescentou que a queda da indústria é “bastante relevante”, mas já esperada por quase todos os analistas. A expectativa da FecomercioSP é por taxas negativas para o crescimento industrial também em 2015.
Os números da agropecuária, com um crescimento zero em relação ao segundo trimestre do ano passado, também é motivo de preocupação. “Se o Brasil já não contava com a indústria para crescer nos últimos anos, agora não poderá mais contar com o consumo e deverá deixar de contar também com o setor agropecuário”, analisou.
A federação afirmou ainda estar preocupada com as reações da equipe econômica do governo, “que se recusa em aceitar o fato de que algo está errado e de que há necessidade de mudança”. “O discurso de que a crise brasileira é produto da crise internacional, além de falso, não convence nenhum empresário ou investidor.” A FecomercioSP acrescentou que sem claras indicações de que o governo entende o diagnóstico, empresários e investidores tendem a se manter em compasso de espera.
Fiesp
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também em nota, lembrou que os números divulgados nesta sexta confirmam o quadro de recessão da economia brasileira e criticou o desempenho da indústria de transformação. “Infelizmente, acreditamos que não há perspectiva de reversão desse quadro recessivo do setor num horizonte de curto prazo”, disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp.
Para ele, a queda da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) também impede um cenário de recuperação expressiva da economia nos próximos trimestres. “Queremos ter visão sobre urgência de medidas capazes de, a partir do próximo ano, alterar este cenário de queda”, disse.