Os agentes penitenciários do Rio de Janeiro decidiram terminar com a greve iniciada na terça-feira, 20, depois de três dias de paralisação. A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do Rio de Janeiro, no fim da tarde de quinta-feira, 19.
Os agentes resolveram cumprir a decisão judicial do presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Ribeiro, que determinou a suspensão da greve. A desobediência à ordem da Justiça implicaria multa diária de R$ 100 mil.
O presidente do sindicato, Gutembergue Oliveira, informou que, apesar de cumprir a medida, a categoria não concorda com a decisão e recorrerá. Desde terça-feira, 17, os agentes suspenderam as visitas de familiares e o banho de sol dos presos, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste. Também proibiram a entrada de advogados, caminhões de carga e a entrada de novos presos.
Na decisão do TJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro disse que a greve deveria ser contida “principalmente diante do cenário carcerário brasileiro atual, no qual massacres geraram morte de mais de uma centena de pessoas nos Estados do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte”.
Também argumentou que a proibição da visitação dos presos pelos parentes “fere a dignidade e o exercício de direitos fundamentais daqueles que se encontram custodiados nas unidades da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)”.
O presidente do sindicato classificou a decisão do TJ como “política” e disse que abusiva não era greve. Abusivo, na sua avaliação, é o governo estadual, que, segundo disse atrasa salários e não atua contra a superlotação carcerária.