A Caixa fechou 2016 com lucro líquido de R$ 4,1 bilhões, umas queda de 43% sobre o resultado anotado em 2015, que foi de R$ 7,2 bilhões. No quarto trimestre, o lucro líquido alcançou R$ 691 milhões, 8,65% maior que o de R$ 636 milhões no mesmo período do ano anterior.
Em informe de resultados, a Caixa destaca que o resultado operacional de 2016 cresceu 272% em relação a 2015, para R$ 4 bilhões, “decorrente dos avanços alcançados no resultado da intermediação, nas receitas com serviços, na qualidade da carteira de crédito e em melhorias de eficiência operacional.”
A margem financeira gerencial totalizou R$ 47 bilhões no ano, avanço de 7,4% em 12 meses, o que o banco atribui ao crescimento de 8,8% nas receitas de operações de crédito e de 2% nas despesas de captação. No quarto trimestre, a margem foi de R$ 11,8 bilhões, 5,8% acima do mesmo período de 2015.
O índice de inadimplência encerrou dezembro em 2,88%, redução de 0,7 p.p. em 12 meses, “significativamente abaixo da média de mercado, de 3,71%”, segundo o comunicado. No ano, as despesas de provisão para devedores duvidosos somaram R$ 20,1 bilhões, 2,3% acima de 2015. “Esse comportamento demonstra que as ações de aperfeiçoamento da gestão de risco, da cobrança e de todos os demais elementos do ciclo do crédito estão produzindo os efeitos esperados pela Caixa”, justifica a administração.
Em dezembro, a Caixa possuía R$ 2,1 trilhões em ativos administrados, sendo seus ativos próprios de R$ 1,3 trilhão, o que representa um aumento de 4,3% sobre o ano anterior. O índice de Basileia ficou em 13,5%, menor que o de 14,43% reportado em 2015.
A rede de atendimento conta com 60 mil pontos, dos quais 4,2 mil agências e postos de atendimento, 24,5 mil correspondentes Caixa Aqui e lotéricos, e 31,2 mil máquinas distribuídas nos postos e salas de autoatendimento. O número de clientes é de 87,1 milhões, 5% maior em 12 meses. Destes, 84,6 milhões são clientes pessoas físicas e 2,5 milhões pessoas jurídicas.
Carteira de crédito
A carteira de crédito ampla da Caixa cresceu 4,4% em 2016 ante 2015, com saldo de R$ 709,3 bilhões e participação de 22,4% no mercado, segundo informe de resultados divulgado na manhã desta terça-feira, 28. “O crescimento das operações de habitação, saneamento e infraestrutura, e crédito consignado, que possuem baixo risco, foram os principais responsáveis para o aumento da carteira”, segundo o banco.
A principal linha de crédito, habitacional, cresceu 5,6% em 2016, atingindo o saldo de R$ 406,1 bilhões, o que representa 67% do mercado, ainda conforme a Caixa. As contratações somaram R$ 81,8 bilhões no ano, dos quais R$ 62,9 bilhões com recursos do FGTS, incluindo subsídios, e R$ 17,6 bilhões com recursos do Caixa/SBPE, e R$ 1,3 bilhão com outros recursos.
Operações de crédito comercial com pessoas físicas e jurídicas tiveram queda de 4% em doze meses, para R$ 191 bilhões, sendo que o segmento pessoa jurídica teve retração mais forte, de 7,4%. Na pessoa física, a queda foi de 0,8% no mesmo período, porém a Caixa ressalta que o crédito consignado cresceu 7,2%, fechando o ano com saldo de R$ 63,9 bilhões.
As operações de saneamento e infraestrutura alcançaram R$ 78,6 bilhões, alta de 10,8% sobre 2015. As contratações totalizaram R$ 8 bilhões. No crédito rural o saldo foi a R$ 7,2 bilhões, e as contratações somaram R$ 5,8 bilhões em 12 meses.
Ao final do Ano Safra 2015/2016, a carteira era de R$ 7,8 bilhões em contratos de crédito rural. “Para o Ano Safra 2016/2017, o banco projeta aplicar R$ 10 bilhões, por meio das linhas de recursos obrigatórios, recursos livres e do BNDES, beneficiando todas as regiões do país com vocação agrícola. O segmento está disponível em mais de 1.600 agências da Caixa em todo o Brasil.”
Em 2016, a Caixa afirma que injetou R$ 712,5 bilhões na economia brasileira por meio de contratações de crédito, distribuição de benefícios sociais, investimentos em infraestrutura própria, remuneração de pessoal, destinação social das loterias, dentre outros.
“Além disso, foi mantido o perfil histórico de qualidade da carteira, com 90,8% do crédito classificado nos ratings de melhor qualidade, de AA-C.”
O saldo das captações totais foi a R$ 984,1 bilhões, com crescimento de 4,5% em 12 meses, volume suficiente para cobrir 138,7% da carteira de crédito. A evolução no saldo foi influenciada, principalmente, pelos acréscimos de 27,7% em CDB e 4,1% na poupança. Aliás, a Caixa lembra que segue na liderança do mercado de poupança, com 38% de participação, ganho de 1 p.p. em 12 meses. São 68,8 milhões de contas de poupança, crescimento de 7,8% em relação a dezembro de 2015.