Aviões de guerra paquistaneses atacaram cinco esconderijos de militantes numa fortaleza perto da fronteira com o Afeganistão nesta quarta-feira, matando 65 insurgentes, informou o Exército. Os ataques realizados com a diferença de duas horas, atingiram áreas na região tribal de Waziristão do Norte, onde o Exército conduz uma grande ofensiva desde meados de junho, afirmou a instituição em pronunciamento.
No primeiro ataque nesta quarta-feira, o Exército disse ter matado 35 militantes em três esconderijos em Datta Khel, cidade no Waziristão do Norte. Horas depois, um segundo bombardeio aéreo destruiu dois outros esconderijos na região tribal de Shawal Valley, matando outros 30 militantes. As mortes desta quarta-feira levaram a quase 975 o número de militantes que o Exército afirma ter matado em ataques aéreos e em terra no Waziristão do Norte.
A região abriga uma mistura de militantes locais e estrangeiros ligados a Al-Qaeda, incluindo grupos armados que realizam ataques do outro lado da fronteira contra tropas dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão. O Exército iniciou uma esperada operação na região em 15 de junho, após um ataque militante fatal contra um dos aeroportos mais movimentados do país, em Karachi.
O episódio desta quarta-feira aconteceu um dia após o Taleban paquistanês assumir a responsabilidade pelo ataque, no final de semana, a um estaleiro no outro lado do país, na cidade portuária de Karachi. O ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Mohammad Asif, afirmou que as autoridades que investigam o ataque não podem eliminar a possibilidade de envolvimento de funcionários da Marinha na ação.
O porta-voz do Taleban, Shahidullah Shahid, disse na terça-feira que alguns oficiais da Marinha ajudaram os insurgentes a realizarem o ataque. Ele afirmou que o Taleban cometeu o ato como forma de vingança pela operação militar no Waziristão do Norte.
Autoridades navais não falaram sobre a suposta ajuda de integrantes da Marinha a militantes. A Marinha informou que sete de seus marinheiros foram feridos no ataque, que também matou um marinheiro e dois militantes.
O ministro da Defesa paquistanês disse nesta quarta-feira que seria impossível os rebeldes entrarem no estaleiro e atingir as tropas sem “ajuda interna”. Asif informou que um alto oficial naval, expulso da Marinha paquistanesa em 2013, é suspeito de envolvimento no ataque. Fonte: Associated Press.