Os juros futuros de longo prazo fecharam o dia em leve queda, enquanto os demais prazos terminaram a sessão regular com taxas perto dos ajustes anteriores. O principal vetor dos negócios do mercado de juros nesta segunda-feira, 8, conforme os profissionais da renda fixa, foi o câmbio. As taxas acompanharam o movimento do dólar ante o real desde cedo e quando a moeda americana zerou os ganhos no começo da tarde e passou a oscilar perto da estabilidade houve espaço para as taxas futuras começarem a cair.
No fim da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 estava em 6,810%, de 6,795% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2020 passou de 7,99% para 7,98%. A taxa do DI para janeiro de 2021 caiu de 8,89% para 8,86%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 9,74%, de 9,79% no ajuste anterior.
“Boa parte do movimento do DI teve como proxy o dólar, que no fim da manhã começou a perder força no mundo”, afirmou o economista da Infinity Asset Jason Vieira.
Nesta segunda-feira, os ativos domésticos, de maneira geral, parecem seguir se beneficiando do apetite ao risco, demonstrado pela nova queda do risco Brasil medido pelos contratos de Credit Default Swap (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos, que se afastavam ainda mais da marca de 150 pontos nesta tarde, negociados em 146 pontos pouco depois das 16 horas, segundo informações da Quantitas Asset. “Não tivemos nada muito relevante para explicar o mercado hoje, foi mais o apetite pela alocação de risco, com os players identificando a ponta longa como um ativo com prêmio embutido ainda interessante”, afirmou o trader da Quantitas Matheus Gallina.
Os profissionais consultados não viram relação entre a melhora do mercado e a desistência do governo de flexibilizar a chamada regra de ouro para 2019. “O mercado não está dando grande importância a isso, dado que tem a eleição no meio do caminho”, disse a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmou nesta tarde que o governo adiará a discussão sobre alterações na regra de ouro para depois da votação da reforma da Previdência. Segundo ele, a ideia não é suspender a regra constitucional, mas criar mecanismos de ajustamento em caso de descumprimento da norma.
Nos demais ativos, às 16h32, o dólar à vista subia 0,08%, aos R$ 3,2362, e o Ibovespa avançava 0,23%.