Bombardeios mataram seis pessoas e deixaram 15 feridas no reduto rebelde de Donetsk, no leste da Ucrânia, neste final de semana, de acordo com informações da Câmara municipal. O ataque foi o pior desde o cessar-fogo entre os separatistas pró-Rússia e as tropas ucranianas iniciado no dia 5 de setembro, evidenciando a fragilidade do acordo de paz.
Durante o final de semana, os combates ao redor do aeroporto de Donetsk deixaram diversos bairros de norte da cidade sob o fogo cruzado. No domingo, dois bairros da região foram severamente bombardeados causando mortes de civis e danos graves em áreas residenciais. Embora as áreas atingidas estejam sob comando rebelde, o governo ucraniano culpou os militantes separatistas pelas mortes.
“Nem hoje, nem ontem e nem nos dias anteriores as forças ucranianas bombardearam regiões residenciais ou assentamentos”, disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Ucrânia, Andriy Lysenko.
Os bombardeiros chegaram a 200 metros do local onde estavam os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), responsável pela implementação do cessar-fogo.
Ainda assim, a trégua assinada no começo do mês deu certa tranquilidade a região leste da Ucrânia e permitiu que prisioneiros de ambos os lados voltassem para casa.
No domingo, 73 soldados ucranianos foram libertados numa negociação com os rebeldes, segundo o porta-voz ucraniano. O líder rebelde em Donetsk, Andrei Purgin, foi citado pela agência de notícias Interfax, confirmando que 73 soldados rebeldes também foram soltos. Esta foi a maior negociação para libertação de prisioneiros reportada desde o início dos conflitos em abril.
Mas ambos os lados do conflito afirmaram que estão recompondo seus estoques de armamento no caso de uma retomada dos combates. O ministro da Defesa da Ucrânia, Valeriy Heletey, confirmou que a entrega de armas negociada com os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está em andamento. Os comentários também foram feitos por outro oficial das forças ucranianas, mas negados por quatro dos cinco países da Otan mencionados.
Na segunda-feira, o ministro da Defesa da Polônia, Tomasz Siemoniak, disse que, embora o país não esteja vendendo armas para Ucrânia no momento, um acordo de fornecimento de armamento será discutido quando o ministro ucraniano visitar o país neste mês. A data do encontro não foi confirmada. Fonte: Associated Press.