A polícia australiana anunciou que deteve nesta quinta-feira 15 pessoas suspeitas de planejar decapitações em apoio ao grupo extremista Estado Islâmico, em Sydney. A operação de busca e apreensão em dezenas de residências na cidade envolveu 800 policiais federais e estaduais – a maior já realizada no país – e veio em reposta a descoberta da inteligência australiana de que um líder do grupo extremista do Oriente Médio estava recrutando australianos para matar o primeiro-ministro Tony Abbott.
“Segundo a nossa inteligência, as convocações de apoio ao Estado Islâmico estavam vindo de um australiano que aparentemente tem um papel importante nas formação das redes do grupo extremista na Austrália. Eles pretendiam cometer assassinatos para mostrar sua força”, disse o premiê em entrevista. “Não eram apenas suspeitas, mas intenções reais, por isso a polícia e as forças de segurança resolveram agir”, completou.
O procurador-geral George Brandis confirmou que uma pessoa que trabalha para o grupo Estado Islâmico no Oriente Médio, mas que já passou algum tempo na Austrália, estava ordenando que os apoiadores do grupo radical no país decapitassem pessoas e filmassem o assassinato.
Nove das 15 pessoas detidas foram soltas ainda na quinta-feira, mas a polícia não informou o por que e nem se os suspeitos liberados vão receber alguma acusação. Segundo as autoridades, seis pessoas seguem detidas, inclusive o suposto líder das ameaças terroristas. A polícia se recusou a revelar detalhes sobre o ataque que supostamente estava sendo planejado, apenas afirmando que era de “um nível muito alto”. “Se a polícia não tivesse agido hoje, é possível que os assassinatos tivessem acontecido”, disse Brandis.
O diretor geral da Organização Australiana de Inteligência e Segurança, David Irvine, disse que as ameaças de terrorismo no país aumentaram no último ano, principalmente porque dezenas de australianos se juntaram ao Estado Islâmico. O governo acredita que 100 australianos estão apoiando ativamente as ações dos radicais e cerca de 60 cidadãos do país estão em combate na Síria e no Iraque. Além disso, o governo estima que ao menos 15 rebeldes nascidos na Austrália foram mortos no campo de batalha no Oriente Médio.
Por outro lado, alguns especialistas questionam se o Estado Islâmico tem capacidade para organizar uma grande campanha de terrorismo na Austrália, longe de sua base. O conselho de líderes islâmicos da Austrália diz eu seu site oficial que as propostas do governo para expandir o programa de vigilância antiterrorismo vão dar brecha para invasão de privacidade, mas também denuncia que as ações assassinas do Estado Islâmico “nada tem a ver com o islamismo”. Fonte: Associated Press.