A agência central de inteligência norte-americana tem evitado espiar governos de aliados na Europa em resposta à polêmica criada por um alemão acusado de vender segredos aos Estados Unidos e às revelações do ex-agente Edward Snowden sobre as informações secretas coletadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), afirmaram autoridades.
A pausa após anos de operações de espionagem, que se mantêm parcialmente em vigor, foi concebida para dar aos oficiais da CIA tempo para analisarem se vale a pena continuar correndo o risco de serem descoberto, disse uma autoridade norte-americana que havia sido informada sobre a situação.
Sob a ordem de suspensão, agentes na Europa têm sido proibidos de realizarem “operações unilaterais” como encontros com fontes dos governos aliados. Essas reuniões clandestinas estão na base do trabalho de espionagem.
Autoridades da CIA ainda podem se encontrar com parceiros dos serviços de inteligência do país onde estão, conduzir operações conjuntas com as agências das nações e realizar missões com a aprovação do governo local. Recentemente, operações unilaterais que tinham como alvo agentes estrangeiros nos países aliados – como, por exemplo, os russos na França – foram retomadas. Mas a maioria dos encontros com fontes de instituições regionais foram proibidos, assim como a busca por novos contatos.
A CIA se recusou a comentar. O diretor norte-americano de inteligência nacional, James Clapper, havia dito durante evento público na quinta-feira que os EUA estão assumindo riscos maiores porque pararam de espionar “alvos específicos”, apesar de não ter dado detalhes.
As interrupções de operações são comuns após o comprometimento de missões de inteligência, mas “nunca são longas dessa forma ou tão profundas”, afirmou uma ex-autoridade da CIA que, como todos os outros que responderam às questões, falou em condição de anonimato porque é ilegal discutir assuntos secretos. A pausa, que foi imposta há cerca de dois meses, teria sido ordenada por autoridades da agência por meio de cabos secretos.
A suspensão atual foi implementada como consequência da prisão de um funcionário dos serviços de inteligência alemães. Suspeito de espiar para a Rússia, ele afirmou ter repassado 218 documentos secretos para a CIA. Fonte: Associated Press.