O governo da Ucrânia e os militantes pró-Rússia começaram a retirar tropas e artilharia pesada da região leste do país, informaram autoridades ucranianas nesta segunda-feira. O movimento é um passo significativo para a implementação definitiva do cessar-fogo assinado no início de setembro.
O porta-voz do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Andriy Lysenko, informou que as forças de Kiev iniciaram a retirada de tropas da linha de frente e o movimento rebelde está seguindo a tendência, ainda que de forma “menos intensa do que o esperado”. “Estamos vendo que os rebeldes estão reduzindo o uso de artilharia pesada”, disse Lysenko.
O cessar-fogo imposto no dia 5 de setembro foi violado inúmeras vezes, aumentando para 3.000 a estimativa do número de mortos desde o início do conflito, em abril. Nesta segunda-feira, explosões foram ouvidas ao norte da cidade de Donetsk, controlada pelos rebeldes. Segundo Lysenko, dois soldados ucranianos foram mortos no dia anterior.
Ucrânia, Rússia e rebeldes assinaram, na semana passada, um acordo para promover paz e impedir o avanço das tropas e o uso de artilharia pesada na região mais afetada pelos combates, no leste do país. O acordo, que teve apoio da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), também proíbe que aviões de combate sobrevoem a área de conflito.
Durante entrevista publicada no domingo, o presidente ucraniano Petro Poroshenko pediu que o público dê tempo para que o acordo de paz funcione. “Resolver a guerra em Lugansk e Donetsk apenas com forças militares é impossível”, disse. “Quanto mais tropas enviarmos para região, mais homens o Exército russo vai enviar em resposta”, completou.
Segundo o presidente, 65% do equipamento militar utilizado no leste do país pelas forças ucranianas foi destruído. Poroshenko chegou a pedir, durante visita aos EUA na semana passada, que o país fornecesse armas letais ao Exército da Ucrânia. O EUA concordaram em ajudar o país com US$ 46 milhões, mas excluíram o fornecimento de armas letais do acordo.
O ministro da Defesa da Polônia Tomasz Siemoniak, por outro lado, disse que o seu país está pronto para vender armas à Ucrânia. Siemoniak informou que o governo ucraniano está se familiarizando com a lista de armamentos produzidos na Polônia, mas garantiu que os dois países concordaram em não discutir os detalhes da compra publicamente. Fonte: Associated Press.