Internacional

Afeganistão assina pactos de segurança com EUA e Otan

O novo governo afegão concluiu nesta terça-feira a assinatura de importantes pactos de segurança com os Estados Unidos e com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), abrindo o caminho para que cerca de 12 mil soldados internacionais permaneçam no país após o final deste ano e garantindo que a ajuda financeira continue a ser enviada a Cabul.

Os aguardados acordos foram assinados um dia depois de o presidente Ashraf Ghani assumir o cargo, o que marca um novo recomeço nos laços entre o Afeganistão e seus apoiadores internacionais.

Combinados, os acordos de segurança vão permitir que tropas internacionais permaneçam no Afeganistão após dezembro para se concentrarem em duas missões: o treinamento das forças de segurança afegãs e a condução de operações de contraterrorismo. Elas estão diretamente ligadas aos contínuo envio de bilhões de dólares em ajuda que o governo afegão e suas Forças Armadas precisam para sobreviver.

Durante a cerimônia realizada no palácio presidencial em Cabul na tarde desta terça-feira, Hanif Atmar, o novo conselheiro de segurança nacional do Afeganistão, assinou os dois pactos em nome de seu país.

James Cunningham, o embaixador norte-americano no Afeganistão, assinou o acordo bilateral entre Estados Unidos e Afeganistão, que cobre a missão de contraterrorismo. A assinatura era uma precondição para uma acordo separado com a Otan, que estabelece a estrutura de uma missão focada em treinamento, consultoria e no equipamento das tropas afegãs.

Os Estados Unidos, como integrante da Otan, também deve ser coberto por este acordo, que não possui componentes de contraterrorismo. O mais alto representante da Otan no Afeganistão, embaixador Maurits R. Jochems, assinou o acordo em nome da aliança militar.

O antecessor de Ghani, Hamid Karzai, chocou os afegão e autoridades internacionais ao se recusar a assinar o acordo de segurança com Washington, embora o documento tenha sido aprovado durante reunião de representantes locais, a Loya Jirga, em novembro.

O número exato de tropas estrangeiras que permanecerão no Afeganistão após dezembro ainda não foi determinado, mas o presidente Barack Obama disse que os Estados Unidos estão dispostos a manter 9.800 soldados no país até o fim de 2016. Não está claro ainda como esses militares serão divididos pelas duas missões. Países aliados como Alemanha e Itália devem contribuir com várias centenas de tropas cada um para a missão de treinamento.

Muitas das maiores instalações militares estrangeiras, dentre elas a sede do comando conjunto da coalizão em Cabul, e a base militar britânica de Camp Bastion, em Helmand, serão transferidas para o controle afegão nos próximos dois meses. Fonte: Dow Jones Newswires.

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