O capitão do ferry naufragado na Coreia do Sul em uma tragédia que vitimou mais de 300 pessoas em abril foi condenado a 36 anos de prisão. A decisão foi anunciada nesta terça-feira, com o juiz rejeitando o pedido dos promotores por uma pena de morte no caso.
Lee Jun-seok foi condenado por negligência que levou à morte dos passageiros da embarcação, mas não foi considerado um homicida, uma vez que o juiz Lim Joung-youb considerou não haver argumentos suficientes para sustentar a acusação.
Lim afirmou que dos 15 tripulantes da embarcação sendo julgados, o capitão Lee era o de maior responsabilidade, pois sabia de diversas violações às leis e não fez esforços para corrigir os problemas. Lee também não ajudou a salvar os passageiros e não auxiliou a Guarda Costal.
Dentre os problemas que levaram à tragédia, os promotores indicaram a realização de reformas estruturais que alteraram o equilíbrio do barco e a amarração mal feita de contêineres e carros que eram transportados. Além disso, o ferry excedia a carga máxima permitida.
Os 14 outros tripulantes foram condenados à prisão em penas que vairam de cinco a trinta anos de detenção. Somente o engenheiro-chefe Park Gi-ho foi condenado por homicídio.
Não se sabe ainda se os condenados irão recorrer da sentença. A decisão judicial ocorreu horas após o governo sul-coreano anunciar o fim das buscas submarinas para tentar localizar os corpos de nove outras vítimas do incidente.
O acidente ocorreu no dia 16 de abril na costa sudoeste do país enquanto viajava para a ilha de Jeju vindo de Incheon, um porto ao oeste de Seul. Dos 476 passageiros e funcionários, mais de trezentos morreram; a maioria deles adolescentes em uma viagem escolar. O capitão e os 14 tripulantes estavam entre os primeiros a abandonar o ferry e foram salvos pela Guarda Costal. Fonte: Dow Jones Newswires.