O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou neste sábado que os países do Ocidente querem desencadear uma mudança de regime em Moscou ao impor sanções contra o país.
Falando em uma reunião do conselho consultivo de Relações Exteriores e de Defesa, em Moscou, Lavrov disse que as sanções contra a Rússia, ao contrário daquelas contra o Irã ou a Coreia do Norte, foram concebidas para prejudicar a economia nacional.
“As figuras públicas nos países ocidentais dizem que há necessidade de impor sanções contra a Rússia que destruirão a economia e provocarão protestos populares”, afirmou o dirigente, segundo agências de notícias estatais.
Lavrov disse que, ao lançar as sanções, “o Ocidente está deixando claro que não quer a Rússia mude sua política, mas consiga uma mudança de regime.”
Os comentários se assemelham a falas do presidente russo, Vladimir Putin, feitos durante a semana, de que a Rússia deve se proteger da “revolução das cores”. A expressão diz respeito à definição feita por Moscou a protestos em locais da antiga União Soviética, principalmente na Ucrânia e na Georgia, e em países árabes nos últimos anos, que levaram a mudanças nos governos.
A Rússia tem elevado o tom contra os países do Ocidente diante das tensões geradas pela crise na Ucrânia. Desde março, quando Moscou tomou controle da região da Crimeia, que pertencia à Ucrânia, os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções contra vários indivíduos e empresas da Rússia, resultando em um fechamento quase completo dos mercados internacionais financeiros aos russos.
O Ocidente pediu que Moscou retire as tropas do leste da Ucrânia e pare de fornecer apoio militar aos insurgentes no local. Moscou disse que não tem soldados na zona de conflito e os cidadãos russos que estão lutando são apenas “voluntários”.
Na sexta-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou as ações da Rússia na Ucrânia de “inaceitáveis” e pediu que Moscou respeite o acordo de cessar-fogo assinado em setembro. Moscou tem dito repetidamente que não faz parte do conflito no leste da Ucrânia, que já custou mais de 4.300 vidas. Fonte: Dow Jones Newswires.