Hong Kong voltou à sua ordenada rotina nesta sexta-feira, após o fim dos protestos pró-democracia que por mais de dez semanas afetaram o cotidiano do distrito de Admiralty.
O tráfego seguia livremente por duas importantes vias que haviam sido tomadas pelos manifestantes desde o final de setembro. Na noite de quinta-feira, a maior parte do local já estava limpa após a remoção dos participantes do protesto, que pacificamente se entregaram para serem detidos pelos policiais.
Alex Chow, de 24 anos, líder do grupo Federação de Estudantes de Hong Kong, foi libertado sem acusações por volta das 8h desta sexta-feira, segundo mensagem na conta do grupo no Twitter. Alvin Yeung, advogado que representa vários dos detidos, informou que a maioria dos manifestantes foi libertado sem acusações. Outro líder do grupo estudantil, Eason Chung, de 21 anos, foi indiciado por reunião ilegal e por obstrução ao trabalho policial e libertado sob fiança.
“Não foi um final feliz, mas foi um final pacífico”, disse o deputado do Partido Democrático, Sin Chung-kai, integrante de um grupo de legisladores da oposição também detidos na quinta-feira. Sin informou que foi libertado após menos de 12 horas de prisão.
A rápida libertação dos manifestantes mostra o desejo do governo em voltar à vida normal na cidade, após dois meses de ocupação na região que fica próxima do distrito financeiro. O movimento perdeu apoio público nas últimas semanas, embora um grande número de habitantes de Hong Kong não esteja contente com as propostas para a primeira eleição direta para a escolha do executivo-chefe da cidade, o cargo mais alto do governo da cidade.
Os protestos tiveram início um mês depois de Pequim estabelecer as regras para a eleição do líder da cidade. Os candidatos devem ser aprovados por um comitê, que é lidado ao governo central chinês. Os manifestantes querem que qualquer pessoa possa se candidatar.
“Eu creio que os proprietários de pequenos e médios negócios nas proximidades do acampamento sentem-se melhor agora”, declarou o secretário de Finanças John Tsang em declarações aos meios de comunicação, nesta sexta-feira. “A vida de todo mundo está voltando ao normal e o tráfego transcorre sem problemas. Eu acho que os cidadãos de Hong Kong ficarão felizes e é um bom sinal para a economia”, disse Tsang.
Também nesta sexta-feira, Pequim elogiou o trabalho da polícia, num editorial no jornal em inglês China Daily, expressando seu apoio ao governo e à polícia por ter acabado com “uma aventura política apoiada por forças externas que tramam para conter a ascensão da China”. Fonte: Dow Jones Newswires.