Um deputado de um pequeno partido de direita afirmou nesta sexta-feira que alguém, que ele não identificou, tentou suborná-lo para que ele votasse a favor do candidato do governo à presidência do país.
A Grécia está no meio de uma eleição presidencial que pode resultar em eleições parlamentares antecipadas, caso o Parlamento, composto por 300 cadeiras, não consiga eleger o presidente nos três turnos previstos em lei, até 29 de dezembro. O único candidato, indicado pelo governo, não conquistou os 200 votos necessários para ser eleito na primeira rodada, realizada na quarta-feira.
O ator Pavlos Haikali, do nacionalista Partido Gregos Independentes, afirmou, durante entrevista por telefone a um programa de televisão, que alguém ofereceu a ele 700 mil euros em dinheiro, o reembolso de um empréstimo e contratos de publicidade, algo em torno de 2 milhões e 3 milhões de euros, para que ele votasse no candidato.
O deputado disse ter informado a procuradoria a respeito do fato duas semanas atrás, além de ter entregue material em áudio e vídeo sobre a tentativa de suborno.
Trata-se da segunda vez em que um integrante do Gregos Independentes faz uma acusação deste tipo. No mês passado, uma deputada da legenda afirmou que alguém se aproximou dela com a intenção de suborná-la.
A porta-voz do governo Sofia Voultepsi disse que as acusações são “teatro mal feito” e pediu que as provas sejam apresentadas publicamente.
“É óbvia a razão pela qual essa ridícula performance foi montada: para que o presidente não seja eleito e o país tenha de realizar eleições antecipadas”, disse Voultepsi em comunicado. “Por razões de interesse público, as provas devem ser apresentadas publicamente. Se não houver provas, procedimentos legais devem ser iniciados imediatamente contra os que armaram esse episódio infeliz.”
A popularidade do Gregos Independentes tem caído. Pesquisas indicam que o partido teria dificuldades para eleger um representante no caso de eleições parlamentares antecipadas. Fonte: Associated Press.