O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas rejeitou, nesta terça-feira, o projeto de resolução palestina, que pedia pelo fim da ocupação israelense nos territórios palestinos até 2017. A rejeição da proposta é um duro golpe contra os esforços para fazer com que o órgão mais poderoso da ONU tome medidas para reconhecer um Estado independente da Palestina.
Os EUA, aliado mais próximo de Israel, deixou clara sua oposição à proposta e afirmou que usaria seu poder de veto, se assim fosse necessário. O veto não foi usado, pois a resolução não conseguiu os nove votos mínimos favoráveis para ser aprovada pelo Conselho, formado por 15 membros.
A resolução recebeu oito votos favoráveis, dois contrários – um dos EUA e outro da Austrália – , e cinco abstenções. Até o início da votação, os diplomatas do Conselho esperavam que a proposta obtivesse os nove votos favoráveis necessários. Mas a Nigéria acabou se abstendo, contrariando a expectativa de que votaria “sim”.
O esboço de resolução que foi derrotado teria afirmado a necessidade urgente de atingir “uma justa, duradoura e compreensiva solução pacífica” para o conflito entre Israel e Palestina no prazo de um ano, e determinaria a data de 31 de dezembro de 2017 como prazo final para o fim da ocupação israelense em territórios palestinos.
A proposta também pedia o estabelecimento do Estado independente da Palestina dentro das fronteiras do Oriente Médio de 1967, antes de Israel capturar a Cisjordânia, Gaza e o leste de Jerusalém, e também exigia uma “solução justa” para todas as outras questões pendentes, incluindo os refugiados palestinos, prisioneiros em prisões israelenses e água.
A embaixadora da Jordânia na ONU, Dina Kawar, representante árabe no Conselho de Segurança, afirmou que a rejeição do projeto de resolução “não irá impedir de continuar pressionando a comunidade internacional, especificamente a ONU, no sentido de uma participação efetiva para a solução deste conflito”.
A embaixadora norte-americana Samantha Power, por outro lado, afirmou que os EUA votaram contra a resolução “não porque estão confortáveis com o status quo, mas porque a paz deve ser atingida com compromissos sérios que são feitos na mesa de negociação”. Fonte: Associated Press.