O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta quarta-feira que o Congresso autorize formalmente o uso de força militar contra os militantes do grupo Estado Islâmico, ao declarar que combatentes estão na defensiva e “vão perder”. Mas Obama não prometeu repetir as grandes e custosas guerras terrestres observadas no Iraque e no Afeganistão.
Obama disse que uma grande mobilização de tropas norte-americanas não será necessária para lutar contra o Estado Islâmico. Ele argumentou que a proposta de três páginas que foi enviada aos legisladores daria ao presidente atual e seu sucessor a flexibilidade necessária para travar uma batalha propensa a levar “alguns tempo”.
“Estou convencido de que os Estados Unidos não devem ser arrastados de volta para uma outra guerra terrestre prolongada no Oriente Médio”, disse o presidente, ao lado do vice-presidente e dos secretários de Estado e da Defesa, na Casa Branca. “Eu não acredito que os interesses da América são servidos por uma guerra sem fim ou por permanecer em pé de guerra perpétua”.
A reação inicial ao seu pedido no Congresso foi um ceticismo bipartidário. Os republicanos expressaram infelicidade por Obama ter escolhido excluir qualquer compromisso de longo prazo das forças terrestres, enquanto alguns democratas expressaram consternação de que ele abriu a porta para o deslocamento de soldados.
Segundo a proposta de Obama, o uso da força militar seria autorizado por três anos e ilimitado por fronteiras nacionais. O combate poderia ser estendido contra qualquer “entidade sucessora intimamente relacionada” à organização Estado Islâmico.
“Não se enganem. Esta é uma missão difícil”, disse Obama, acrescentando que vai levar tempo para retirar os terroristas, especialmente, de áreas urbanas. “Mas nossa coalizão está na ofensiva. O Estado Islâmico está na defensiva e vai perder”.
A autorização do Congresso de 2008 que precedeu a invasão liderada pelos EUA no Iraque seria revogada sob a proposta da Casa Branca, um passo que alguns republicanos não gostaram de ver. Mas uma autorização em separado, que foi aprovada pelo Congresso após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, permaneceria em vigor, para o desagrado de alguns democratas.
No centro do debate, a dificuldade em definir qualquer função das forças terrestres americanas em um confronto deve determinar o resultado do pedido da administração para o legislativo. O porta-voz da Casa Branca, John Earnest, disse que a proposta foi intencionalmente ambígua sobre este ponto para dar flexibilidade ao presidente, mas a abordagem também foi uma tentativa de amenizar uma profunda divisão no Congresso.
Ao mesmo tempo em que pediu que os congressistas rejeitassem operações de combate terrestre de grande escala e de longo prazo como as do Afeganistão e do Iraque, Obama disse que quer flexibilidade para operações de combate terrestre “em outras circunstâncias mais limitados”. Isso inclui missões de resgate, coleta de informações e o uso de forças de operações especiais em uma possível ação militar contra os líderes do Estado Islâmicos. “Não é a autorização de uma outra guerra terrestre”, disse Obama.
“Essa resolução vai dar às nossas forças armadas a continuidade de que precisamos para os próximos três anos”, disse ele. “Não é um cronograma. Não estamos anunciando que a missão será concluída em um determinado período. O que isso está dizendo é que o Congresso deveria rever a questão no início do mandato do próximo presidente”. Fonte: Associated Press.