Um homem e um adolescente que aparecem num assustador vídeo do Estado Islâmico, mostrando o assassinato de um palestino, foram identificados como cidadãos franceses. Investigadores tentam descobrir se o homem tem relação com um extremista que atacou uma escola judaica no sul da França em 2012, disse uma autoridade à Associated Press nesta quarta-feira.
A fonte, que tem ligação com serviços de inteligência mas não está autorizada a falar publicamente sobre o caso, disse também que outro combatente francês, cuja morte num ataque suicida foi anunciada nesta semana pelo Estado Islâmico, era um adolescente.
O homem no vídeo, divulgado na noite de terça-feira, tem sotaque do sul da França e se parece com o meio-irmão de Mohammed Merah, que matou sete pessoas em ataques a uma escola judaica e a paraquedistas de Toulouse em 11 de março de 2012, exatamente três anos atrás. No vídeo, o homem elogia os ataques contra os judeus “em seu próprio reduto na França” enquanto o menino está atrás do homem que será morto.
Além dos assassinatos de Toulouse, judeus que estavam num supermercado kosher estavam entre os alvos dos três dias de ataques na região de Paris que terminaram com 17 vítimas mortas no início deste ano.
“Aqui estão vocês, jovens leões do califado”, diz o homem no vídeo. Pouco depois, o menino é visto atirando na cabeça do refém.
A porta-voz do governo francês, Stephane Le Foll, descreveu o vídeo como um assassinato “terrível”, mas recusou-se a falar sobre as nacionalidades ou identidades do homem e do adolescente.
A autoridade francesa com ligação com a inteligência também confirmou a nacionalidade de um combatente francês, cuja morte foi anunciada nesta semana pelo Estado Islâmico. O grupo informou que Abu Ali al-Firansi morreu num ataque suicida em Tikrit. A fonte francesa o descreveu como um adolescente.
Cerca de 1.400 pessoas, dentre elas famílias inteiras, deixaram a França para se unirem aos extremistas na Síria e no Iraque, e muitas retornaram. Autoridades de segurança temem que algumas dessas pessoas que voltaram para o território francês tenham adquirido habilidades como combatentes. O problema é que elas têm passaportes que as permite viajar livremente.
“Cerca de 90 cidadãos franceses morreram, com armas nas mãos para lutar contra nossos valores”, disse no domingo o primeiro-ministro francês Manuel Valls à emissora de televisão iTele.
Cerca de 3 mil europeus participam dos combates, afirmou Valls, acrescentando que “poderão ser 5 mil antes do verão (no hemisfério norte) e sem dúvida 10 mil até o final do ano.” Fonte: Associated Press.