O Conselho Regional de Segurança do Curdistão afirmou neste sábado que possui evidências de que o grupo Estado Islâmico utilizou armas químicas contra militantes curdos em um ataque ocorrido no dia 23 de janeiro deste ano.
Em uma declaração, o conselho alegou que os extremistas utilizaram gás clorino durante combate em uma via de acesso à segunda maior cidade do Iraque, Mosul, próxima à fronteira com a Síria. Os curdos divulgaram um vídeo que mostra um caminhão do Estado Islâmico trafegando na via onde o confronto ocorreu. Durante o conflito armado, uma fumaça branca começou a sair do veículo e se transformou em uma nuvem após a explosão do caminhão. Posteriormente, os militantes encontraram 20 latas metálicas dentro do veículo envolvido no ataque.
De acordo com representantes do conselho, dezenas de curdos tiveram de receber tratamento médico após o combate e apresentaram sintomas como tontura, náusea, vômitos e fraqueza após o ataque. Amostras dos uniformes dos soldados e do solo foram coletadas e analisadas por um laboratório, que encontrou traços de gás clorino.
“O fato de o Estado Islâmico depender de tais táticas demonstra que eles perderam sua iniciativa e estão dependentes de medidas desesperadas”, declarou o governo curdo, em nota.
O clorino é um químico que foi utilizado pela primeira vez como arma na Primeira Guerra Mundia. Os efeitos do seu uso à época foram desastrosos, já que máscaras de gás não eram disponibilizadas em massa. A substância possui muitos usos industriais, mas, como arma, ela sufoca as vítimas até a morte.
Essa não foi a primeira vez que o Estado Islâmico foi acusado de empregar o clorino em combate. Em outubro do ano passado, autoridades iraquianas afirmaram que os extremistas utilizaram cilindros da substância em confrontos nas cidades de Balad e Duluiya. Os militantes também são acusados de utilizarem a arma química na cidade síria de Kobani. Fonte: Associated Press.