Os dois extremistas que mataram 21 pessoas num museu de Túnis receberam treinamento na vizinha Líbia antes de realizarem o ataque, afirmou Rafik Chelli, alto funcionário de segurança do Ministério do Interior.
Segundo ele, os homens saíram da Tunísia em dezembro e receberam treinamento para o uso de armas na Líbia antes de voltarem para casa. Chelli disse à emissora de televisão El Hiwar El Tounsi que as autoridades não tinham mais detalhes sobre onde ou com que grupo eles treinaram.
Dos 21 mortos no ataque de quarta-feira ao National Bardo Museum, 17 eram turistas que haviam chegado ao país em navios de cruzeiro. Um ataque como o que aconteceu na Tunísia, o único país a sair da Primavera Árabe de 2011 com uma democracia em funcionamento, elevou os temores sobre a extensão do extremismo no resto do norte da África.
O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque ao museu. Vários grupos bem armados na Líbia, que faz fronteira com a Tunísia, prometeram lealdade ao Estado Islâmico.
A polícia da Tunísia deteve cinco pessoas descritas como diretamente ligadas aos dois homens, assim como outras quatro na região central do país, que teriam dado suporte à célula.
Na quinta-feira, um grande número de pessoas se reuniu do lado de fora do museu numa demonstração de solidariedade às 21 vítimas, carregando cartazes nos quais se lia “não ao terrorismo” e “a Tunísia está ensanguentada, mas está em pé”.
No hospital Charles Nicolle, em Túnis, familiares das vítima continuavam a chegar nesta sexta-feira para identificar os mortos.
O ministro da Saúde Samar Samoud disse à Associated Press nesta sexta-feira que dados mais recentes indicavam que entre os mortos havia quatro italianos, três japoneses, três franceses, dois espanhóis e dois colombianos, além de um britânico, um polonês e um belga. As nacionalidades de outras três vítimas ainda não haviam sido confirmadas.
O primeiro-ministro Habib Essid anunciou novas medidas de segurança nesta quinta-feira, incluindo a repressão a sites que promovem o terrorismo. O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, viajou a Túnis nesta sexta-feira, uma visita que já estava prevista e que coincide com o feriado do Dia da Independência no país.,
O presidente Barack Obama falou com o presidente tunisiano Beji Caid Essebsi pelo telefone para oferecer suas condolências, simpatia e apoio. A Casa Branca informou que Obama ofereceu a manutenção da ajuda ao país durante as investigações. Fonte: Associated Press.