Um casal armado atacou a sede da polícia em Istambul nesta quarta-feira, dando início a um tiroteio que acabou com a morte da mulher um policial ferido.
O episódio marca o terceiro incidente violento na maior cidade da Turquia em pouco mais de 24 horas, depois de militantes de esquerda terem feito refém um promotor num tribunal, na terça-feira, e de um homem armado ter entrado no escritório do partido governista nesta quarta-feira.
Nenhum grupo havia assumido a autoria do ataque contra a delegacia, mas o governador de Istambul, Vasip Sahin, disse que tudo começou por volta das 18h (horário local), quando um homem e uma mulher segurando rifles atiraram contra a policiais na entrada da sede local da polícia, que fica perto da Cidade Velha.
A mulher foi morta durante o tiroteio, mas seu cúmplice fugiu, disse o governador.
Emissoras de televisão turcas mostraram imagens do corpo sem vida da mulher, enquanto unidades da polícia isolavam as ruas próximas. A mulher estaria carregando uma bomba, segundo informações da Associated Press.
Na noite de terça-feira, forças especiais invadiram um tribunal de Istambul para libertar um promotor que havia sido refém por dois homens armados. Os dois homens foram mortos, mas o refém ficou gravemente ferido e morreu posteriormente no hospital.
Após participar do funeral do promotor morto, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu prometeu rastrear os cúmplices, dizendo que os dois homens fizeram ligações telefônicas internacionais durante o impasse, que durou seis horas.
Davutoglu não revelou para qual país os homens fizeram as ligações, mas afirmou que o governo divulgará mais informações na medida em que as investigações prosseguirem.
“Eu dei ordens para a realização de todo tipo de operação contra quem quer que tenha ligação com o incidente, onde quer que esteja”, disse Davutoglu. “Ninguém deve pensar que o ataque ficará sem resposta.”
“Devemos descobrir de onde veio a ordem. Vamos investigar quem está por trás desta rede”, acrescentou.
Em discurso realizado durante o funeral do promotor Mehmet Selim Kiraz, Davutoglu, disse que o objetivo do ataque ao tribunal era criar o caos antes das eleições gerais no país, marcadas para 7 de junho. Ele criticou a oposição por não ter participado do funeral e afirmou que o tribunal será renomeado em homenagem a Kiraz. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.