A proposta chinesa de criação de um banco de investimento em infraestrutura deve complementar e não substituir os organismos já existentes, disse hoje o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao.
Segundo o dirigente, a criação do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês) deve ajudar a tirar do papel cerca de US$ 8 trilhões em financiamento que atualmente não são cobertos pela estrutura existente, dominada por entidades norte-americanas e japonesas.
A proposta chinesa já teve a adesão de 57 países, incluindo 16 das 20 maiores economias do mundo. Estados Unidos e Japão estão de fora, alegando preocupações sobre o modelo de governança da nova instituição.
“Queremos melhorar e complementar a capacidade de financiamento, ao invés de mudar o modelo existente”, disse Zhu.
Os Estados Unidos argumentaram que o AIIB pode prejudicar os padrões de qualidade que instituições como o Banco Mundial tentam passar aos demais países, oferecendo crédito sem as devidas contrapartidas ambientais, de proteção ao trabalhador e à sociedade.
A manobra chinesa, entretanto, já pode ser considerada um bem sucedido golpe diplomático, uma vez que Grã Bretanha, França e Alemanha já aceitaram se juntar à Pequim na empreitada.
Por sua vez, Washington também enfrenta críticas cada vez maiores pela recusa do Congresso em aprovar as reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI), que distribuiriam melhor o poder dentro da instituição com economias como China, Brasil e Índia.
O vice-ministro das Finanças disse que seu governo também irá zelar pelo alto padrão de qualidade dos investimentos, acrescentando que todos os membros fundadores devem se encontrar nas próximas semanas para discutir as regras dentro da instituição. Segundo Zhu, o governo chinês pretende concluir as negociações em dois ou três meses. Fonte: Associated Press.