Tiroteios e explosões esporádicas ocorreram na capital do Burundi, Bujumbura, nesta quinta-feira, um dia depois do general do Burundi, Godefroid Niyombare, ter decretado um golpe de Estado contra o presidente do país, Pierre Nkurunziza, cuja decisão de buscar um terceiro mandato tem provocado inúmeros protestos nas ruas.
Ontem, Nkurunziza divulgou um comunicado dizendo que a tentativa de golpe era uma fantasia de uma pequena facção dos militares. Segundo ele, os responsáveis serão julgados no caso.
Milhares de pessoas foram às ruas na quarta-feira para comemorar o anúncio do general, enquanto Nkurunziza estava em Dar es Salaam, na Tanzânia, em uma reunião com outros chefes de Estado no leste africano. O encontro tinha como foco justamente a crise no Burundi, com vários líderes regionais argumentando que o presidente deveria se afastar do posto.
Os militares estão divididos entre o presidente Nkurunziza e aqueles que querem a volta de
Niyombare, que havia sido demitido em fevereiro do seu cargo como chefe de inteligência do país.
O chefe do Exército, Prime Niyongabo, disse à rádio estatal que ele é “contra o major Niyombare”.
Um ataque com granadas na quarta-feira danificou seriamente o edifício da emissora de TV privada Renaissance, onde Niyombare também fez sua declaração sobre o golpe, disse o diretor da emissora, Muhozi Inocêncio. Um de seus escritórios também foram queimados durante a noite, acrescentou.
Pelo menos 15 pessoas já morreram desde 26 de abril durante os protestos contra a oferta do presidente Nkurunziza para um terceiro mandato. A Constituição estabelece que o presidente pode ser eleito pelo povo em dois de um total de cinco mandatos, mas Nkurunziza alega que seu primeiro mandato foi dado pelo parlamento, deixando-o livre para assumir um terceiro mandato. Fonte: Associated Press.