Candidatos da oposição na Venezuela, que fazem campanhas com pouco dinheiro e, em alguns casos até detrás das grades, buscam uma chance para participar do que pode ser a melhor oportunidade em muitos anos de derrotar o governo socialista do país. A oposição venezuelana realiza neste domingo primárias para a eleição legislativa.
O comparecimento esperado é baixo. Apenas 42 dos 167 assentos legislativos estão em jogo. Os outros já foram reservados para líderes da coalizão de oposição. Para os outros cargos, a data para as eleições gerais ainda não está definida, embora a administração do presidente Nicolás Maduro fala em realizar o pleito ao final de novembro ou no início de dezembro.
A primária também recebeu pequena cobertura na maior parte da imprensa pró-governo e a coalizão diz que está com recursos financeiros tão escassos que pediu aos candidatos que investissem 150 mil bolívares, cerca de US$ 500 nas taxas do mercado negro (aproximadamente R$ 1,5 mil).
A coalizão, formada por 29 partidos que muitas vezes brigam entre si, tem cerca de um terço do legislativo no país. Partidos de oposição não obtém maioria desde que o ex-presidente Hugo Chávez venceu as eleições presidenciais pela primeira vez há 16 anos.
Mas a oposição ao governo agora se beneficia de um descontentamento com Maduro, provocado por escassez de bens, alta inflação e violência. O mandato de Maduro, porém, não está em jogo, já que dura até 2019.
Opositores dizem que estão tentando conquistar espaço diante da onda de insatisfação dos venezuelanos mais jovens e buscam os votos daqueles que tomaram as ruas em protestos no ano passado. Alguns candidatos das primárias ainda estão presos sob acusações relacionadas aos protestos.
O partido governista realizará suas primárias no próximo mês, com o dobro de assentos em disputa. Fonte: Associated Press.