O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, divulgou nesta segunda-feira a lista anual de entidades que matam ou ferem crianças em conflitos armados e o relatório não inclui Israel – o que alguns oficiais da ONU haviam recomendado. Entretanto, mesmo sem a inclusão, o chefe da organização reitera que o número de crianças feridas e mortas em Gaza e na Cisjordânia no ano passado é inaceitável.
A enviada especial da ONU para crianças em zonas de conflito armado, Leila Zerrougui, recomendou que Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, fossem colocados na lista que inclui grupos e países que recrutam, usam, matam, ferem ou cometem atos sexuais contra crianças. Entretanto, houve diferenças de opinião entre os oficiais da ONU se Israel deveria ou não ser incluída.
O relatório, que cobre 2014, inclui Israel e Palestina em uma seção especial chamada “violações graves cometidas contra crianças em conflitos armados”.
Em Gaza, pelo menos 561 crianças – 557 palestinas e quatro israelenses – foram mortas e 4.271 foram feridas, sendo 22 delas não palestinas, informou o relatório. Na Cisjordânia, 13 meninos palestinos e três jovens israelenses foram mortos e 1.218 crianças foram feridas.
Ban Ki-moon pede que Israel “tome medidas concretas e imediatas, incluindo a revisão de suas políticas e práticas, para proteger crianças, para prevenir suas mortes e para respeitar a proteção especial à escolas e hospitais”. O secretário-geral também pediu que o governo israelense responsabilize os autores das violações.
De acordo com Israel, as ações em Gaza ocorreram em resposta a mísseis jogados contra o sul do país e nunca tiveram o objetivo de atingir crianças.
O porta-voz de Ban Ki-moon, Stephane Dujarric, disse à repórteres que a lista foi o “resultado de um processo de consulta” e que, ao final, a decisão definitiva foi do secretário-geral.
“Obviamente, foi uma decisão difícil de tomar”, comentou Dujarric, afirmando que os Estados-membros da ONU “nunca tiveram medo” de expressar suas opiniões para Ban Ki-moon sobre quem deveria ser incluído na lista. Fonte: Associated Press.