As principais cidades argentinas foram atingidas desde as primeiras horas desta terça-feira, 9, por uma greve geral liderada por sindicatos de transportes. Em Buenos Aires, ônibus, trens e metrô não funcionam, o que deixou como alternativas a quem pretendia ir trabalhar os táxis, as bicicletas e a carona em carros particulares. Havia bloqueios sistemáticos – feitos ainda de madrugada, sob 15ºC – nas principais entradas da capital, que deve ter um dia semelhante a um feriado, como ocorreu em 31 de março.
As viagens aéreas foram atingidas parcialmente. O Aeroporto Internacional de Ezeiza manteve seus voos, com exceção daqueles das companhias Aerolíneas Argentinas, Austral e LAN, cujos funcionários aderiram à greve. A TAM, que se uniu em 2012 à chilena LAN, cancelou nove voos (cinco de ida e quatro de volta) para a Argentina. A Gol cancelou seis rotas que passariam pelo Aeroparque, aeroporto doméstico que recebe também voos internacionais e não abrirá durante o dia.
Os postos de gasolina não abrem e a coleta de lixo na capital será retomada somente à noite. A maior parte dos bares e restaurantes não deve abrir. Bancos e supermercados funcionam, mas sem os empregados impedidos de chegar ao trabalho.
A razão da greve é a resistência do governo em ampliar a faixa de isentos ao imposto sobre o salário, hoje em 15 mil pesos (R$ 5,1 mil). O tributo que desconta até 35% da renda, de acordo com a faixa salarial. O kirchnerismo aceitou reduzir o valor cobrado dos que ganham entre 15 mil pesos e 25 mil pesos, o que na prática significou um aumento no salário líquido de 5% a 6%.
Esta é a quinta greve enfrentada pelo governo de Cristina Kirchner, pressionada pela insatisfação com a inflação de 15% anual pela estatística oficial e de até 25% segundo consultoras privadas. Os líderes das categorias querem um reajuste superior a 30%, enquanto o governo quer manter os aumentos abaixo dos 27%. O país tem eleição em outubro.