Os gasodutos existentes a partir da Rússia já superam as necessidades de abastecimento atuais e futuras da União Europeia (UE), informou a Comissão Europeia nesta sexta-feira, um dia após a companhia Gazprom e diversas outras empresas de energia divulgarem que irão dobrar a capacidade de um gasoduto para a Alemanha.
O acordo preliminar com a companhia petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell, a alemã E.ON e a austríaca OMV irá permitir que a Gazprom envie 55 bilhões de metros cúbicos extras de gás para a Europa anualmente, através do gasoduto Nord Stream no Mar Báltico. O acordo consiste em mais uma tentativa da Rússia de evitar a Ucrânia como uma rota de passagem. A UE importa, atualmente, cerca de um terço do seu gás da Rússia, mais da metade chegando pela Ucrânia.
A Rússia vem trabalhando para reduzir sua dependência da Ucrânia como rota de passagem, argumentando que o país, que passa por um conflito violento no leste, provou ser um parceiro não confiável.
Entretanto, a Comissão Europeia afirmou que não necessita de novos gasodutos vindos da Rússia, já que as rotas existentes trabalham apenas usando 57% de suas capacidades. Além disso, medidas para impulsionar a eficiência energética e a redução do uso de combustíveis fósseis devem acabar com as necessidades do bloco em relação ao fornecimento de gás na próxima década.
“As atuais rotas de transporte da Rússia para a União Europeia, incluindo através da Ucrânia, já excedem a necessidade atual e futura do bloco de abastecimento de gás”, informou a Comissão.
A Comissão também declarou apoio à Ucrânia como uma rota de passagem. “A Ucrânia tem sido uma rota de passagem muito confiável e fornece uma rota econômica para o aprovisionamento da Europa”, disse.
Ao invés de contar com novos projetos de rotas, a UE está trabalhando na construção de novas interligações de gás, o que garantirá que os países tenham mais de uma rota de abastecimento. Fonte: Dow Jones Newswires.