As tensões entre Estados Unidos e China têm se intensificado devido à construção de uma ilha artificial no Mar do Sul da China e as suspeitas de que funcionários do governo de Pequim são os responsáveis pela invasão massiva de um servidor do governo norte-americano, que causou o vazamento dos registros de dados de 14 milhões de funcionários públicos.
No entanto, ambas as potências têm motivos para querer acalmar a situação antes da visita do presidente chinês, Xi Jinping, à capital dos EUA dentro de alguns meses.
Os chanceleres e as autoridades financeiras de ambas as nações se reúnem em Washington na próxima semana para o Diálogo Estratégico e Econômica EUA-China, um evento anual bilateral que chega à sua sétima edição.
O governo de Barack Obama disse que os dois países não ventilaram suas diferenças e que somente irão estabelecer pontos de cooperação, como a resposta à mudança climática.
Funcionários civis e militares se reunirão na segunda-feira para debater questões de segurança. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o secretário do Tesouro, Jacob Lew, darão começo na terça-feira a dois dias de diálogo com o vice-premiê chinês, Wang Yang, e o conselheiro de Estado, Yang Jiechi. A proposta é que seja discutida uma agenda ampla, que inclui planos para um tratado bilateral de investimentos.
A China, em particular, considera o evento como um prelúdio da visita de Xi Jinping à Casa Branca em setembro, a primeira desde que ele assumiu a presidência da China, em 2013.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang, qualificou o encontro como uma oportunidade de “impulsionar um novo progresso para erigir um novo modelo de relação entre grandes potências”, segundo informou ontem a agência estatal Xinhua.
No entanto, é um modelo com obstáculos. As relações entre as duas principais economias do mundo, com seus sistemas políticos divergentes, raras vezes se discorrem em calma. Os últimos meses têm sido particularmente complicados.
A reclamação chinesa de mais de 2 mil acres de terras em ilhas e atóis disputados no Mar do Sul da China desde o ano passado tem provocado alarme internacional por suas ambições territoriais.
Washington tomou a medida inusual no mês passado de anunciar um voo de vigilância militar na região, que mostrou a escala enorme da construção de uma ilha artificial pela China.
A China sustenta que as ilhas são seu território soberano, porém os Estados Unidos replicam que a continuação de construções e militarização das ilhas poderiam inflamar as já complexas disputas territoriais com vizinhos da China, com quem Washington busca forjar alianças mais estreitas preservando a vez da liberdade de navegação em rotas vitais para o comércio mundial. Fonte: Dow Jones Newswires.