A adiada eleição presidencial no Burundi é realizada nesta terça-feira, após uma noite de trocas de tiros e explosões em diversos locais. O atual presidente, Pierre Nkurunziza, ignorou os apelos internacionais para que a votação fosse postergada novamente e os protestos populares contra sua tentativa de se reeleger para um terceiro mandato.
A violência vista durante a noite assustou alguns eleitores, mas os postos de votação foram abertos no começo da manhã conforme o programado, afirmou Honore Niyomukiza, responsável pelos centros de votação no distrito de Kamenge. Entre as poucas pessoas que votaram no começo do dia em áreas da oposição na capital, Bujumbura, muitas tentavam limpar a tinta dos dedos usada para votar com medo de represálias.
Com alguns partidos de oposição boicotando a eleição e candidatos dizendo que não puderam fazer campanha, Nkurunziza, de 51 anos, não está enfrentando grandes desafios. O presidente votou em sua cidade natal, Ngozi, no nordeste do país. “Essas eleições provam que a democracia está melhorando no Burundi”, declarou, depois de votar.
Existem temores de que a eleição de hoje possa provocar mais violência no país. Desde que se tornou independente da Bélgica, em 1961, o Burundi já viveu quatro golpes de Estado e uma guerra civil que deixou milhares de mortos.
Depois que o partido governista anunciou a candidatura de Nkurunziza, em abril, mais de 100 pessoas morreram em protestos nas ruas contra a intenção do presidente de conseguir um terceiro mandato. As manifestações geraram uma tentativa de golpe em meados de maio, que foi rapidamente sufocada pelas forças do governo.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 170 mil refugiados deixaram o país com medo da violência provocada pelas eleições. Fonte: Associated Press.