O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou nesta sexta-feira que, em acordo com os Estados Unidos, concordou em permitir o uso “dentro de um determinado âmbito” da base aérea de Incrilik pelo país para combater o Estado Islâmico.
Erdogan não falou mais detalhes sobre o acordo, que, segundo oficias turcos e norte-americanos, foi fechado em uma conversa por telefone no começo da semana com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A confirmação de Erdogan ocorreu algumas horas após jatos das forças da Turquia atingirem alvos do Estado Islâmico na fronteira com a Síria. A televisão estatal TRT afirmou que os caças turcos não violaram o espaço aéreo sírio.
O ataque aéreo, que ocorreu um dia depois de militantes do Estado Islâmico terem matado um soldado turco em um posto de controle na fronteira, é uma forte mudança de estratégia da Turquia, que relutava em se juntar a coalizão liderada pelos EUA contra o grupo extremista.
O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, afirmou que os ataques aéreos “removeram potenciais ameaças” para a Turquia e alvos foram atingidos com “100% de precisão”. Ele não desconsiderou futuros bombardeios, afirmando que o país está determinado a repelir todas as ameaças de terrorismo.
“Essa não foi uma operação pontual, foi um processo”, disse Davutoglu. “Não está limitada a um dia ou a uma região…o menor movimento de ameaça será retaliado pela Turquia da maneira mais forte possível”, declarou.
Nesta sexta-feira, a polícia da Turquia lançou uma grande ação contra grupos terroristas, incluindo o Estado Islâmico, realizando operações simultâneas em Istambul e 12 províncias. Mais de 290 foram detidas para investigação.
Um oficial do governo divulgou que três caças F-16 saíram da base aérea de Diyarbakir, no sudeste da Turquia, na madrugada desta sexta-feira e lançaram ataques aéreos contra três alvos do Estado Islâmico. De acordo com o oficial, os alvos eram dois centros de comando e um ponto de encontro de militantes do grupo.
De acordo com a imprensa da Turquia, os alvos estavam na vila Hawar al-Naht, na Síria, perto da fronteira, mas as autoridades não confirmaram a localização. Fonte: Associated Press.