As autoridades da Grécia precisam “acordar” e fazer mais para acomodar adequadamente o grande número de refugiados que chegam ao país, no que tornou-se uma emergência humanitária que necessita de uma resposta à altura, disse Vincent Cochetel, diretor da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
De acordo com Cochetel, mais de 109 mil imigrantes chegaram na Grécia desde o início de 2015, a maioria da Síria e do Afeganistão, que fogem da guerra e da violência em seus países.
O diretor da ACNUR afirmou que algumas ilhas gregas recebem cerca de mil pessoas por dia, vindas da Turquia. Entretanto, nenhuma autoridade local ou nacional se mobilizou no nível necessário para efetivamente lidar com o intenso fluxo.
“Nós apenas queremos ter algumas pessoas no comando coordenando, isso é o que precisamos”, disse Cochetel em uma coletiva de imprensa. “Nós precisamos agir da mesma maneira que agiríamos em um desastre natural”, comentou.
Ele ainda declarou que o governo da Grécia precisa “levar à sério” a construção de mais centros de abrigo para imigrantes, para oferecer comidas e outros serviços básicos.
Cochetel disse que a ACNUR está ciente da crise financeira grega, mas destacou que o país não aumentou seu centro de abrigo para 1100 pessoas em seis anos.
Ele descreveu os abrigos para refugiados e imigrantes em todas as ilhas gregas como “ruins”, acusando as autoridades locais de negligência.
Cochetel também disse que não está convencido de que as autoridades gregas são incapazes de encontrar um acomodação adequada para cerca de 500 afegãos que vivem em uma parque no centro de Atenas.
“Há tantos prédios vazios nesse país, tantas terras não cultivadas. Não me diga que é impossível encontrar um local para essas pessoas”, comentou.
Cochetel afirmou que a União Europeia (UE) precisa demonstrar mais solidariedade com a Grécia. Os planos para realocar mais de 16 mil refugiados na Grécia para outros países europeus é “um passo na direção certa, mas certamente insuficiente” dado o enorme aumento do número de pessoas que chegam”, comentou. Fonte: Associated Press.