O Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, teve patrulhamento reforçado hoje pela Polícia Militar depois de, segundo versão da PM, criminosos atacarem a tiros bases de três das quatro Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do conjunto de favelas.
A ação seria uma represália pela morte de dois rapazes durante tiroteio entre PMs e traficantes na quinta-feira. Segundo a polícia, foram alvo da ação bases nas comunidades do Alemão, Fazendinha e Nova Brasília. Em quatro dos últimos seis dias foram registrados tiroteios intensos na região.
Entre a noite de quinta-feira e a madrugada de hoje, confrontos assustaram moradores das comunidades. Não há informações sobre feridos. Há relatos de pessoas que passaram toda a madrugada abrigadas, sem poder dormir por medo dos disparos. Vários moradores voltavam do trabalho na noite de quinta-feira e tiveram que esperar, nos acessos das favelas, que os disparos parassem para que seguissem para suas casas.
Ação policial
O jornal local Voz da Comunidade publicou um vídeo com um flagrante, feito no acesso da comunidade da Grota, no Alemão. Nas imagens, um policial com o novo uniforme camuflado do Batalhão de Operações Especiais (Bope) manda um morador fornecer a senha do celular para que o aparelho possa ser vasculhado.
A reportagem do Voz da Comunidade então questiona a ação do policial, que insiste que o morador quis mostrar seu próprio aparelho. Procurada, a Polícia Militar declarou que vai analisar as imagens.
Mortes
De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), PMs patrulhavam a localidade conhecida como Beco do Flipper, na favela da Grota, quando foram surpreendidos por homens armados. Durante o tiroteio, Yan da Silva Costa, de 18 anos, e um adolescente de 17 foram baleados e não resistiram aos ferimentos.
A PM afirma que com um deles foram encontradas drogas e uma pistola. No confronto, um soldado da PM foi atingido na nádega e levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte. O agente passa bem.
As mortes são investigadas pela 22ª Delegacia de Polícia, na Penha. Policiais envolvidos no episódio e parentes das vítimas já prestaram depoimento. Por causa dos tiros, a circulação do teleférico do Alemão chegou a ser interrompida na quinta-feira.
